Bela Maldade, de Rebecca James

Rebecca James
Edição: 1 (2011)
Editora: Intrínseca
ISBN: 9788580570816
Páginas: 302
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Sinopse:
Após uma horrível tragédia que deixou sua família, antes perfeita, devastada, Katherine Patterson se muda para uma nova cidade e inicia uma nova vida em um tranquilo anonimato. Mas seu plano de viver solitária e discretamente se torna difícil quando ela conhece a linda e sociável Alice Parrie. Incapaz de resistir à atenção que Alice lhe dedica, Katherine fica encantada com aquele entusiasmo contagiante, e logo as duas começam uma intensa amizade. No entanto, conviver com Alice é complicado. Quando Katherine passa a conhecê-la melhor, percebe que, embora possa ser encantadora, a amiga também tem um lado sombrio. E, por vezes, cruel. Ao se perguntar se Alice é realmente o tipo de pessoa que deseja ter por perto, Katherine descobre mais uma coisa sobre a amiga: Alice não gosta de ser rejeitada...

Bela Maldade estava na minha lista de desejados há muito tempo e tinha tudo para ser um livro incrível: é um thriller psicológico – meu gênero favorito atualmente, lembram? –, tem uma premissa interessante e já teve seus direitos de publicação vendidos para mais de trinta países. Sem falar que é um livro da Intrínseca, editora que possui um catálogo digno de confiança. Mas tantas qualidades não foram o suficiente: apesar de não ter sido uma leitura totalmente ruim, Bela Maldade ficou muito abaixo das minhas expectativas.

O livro já começa num ritmo bem lento, o que ao menos é justificado por ser a etapa utilizada para apresentar personagens – algo que a autora faz muito bem, aliás. Rebecca soube dosar a quantidade de informações sobre o passado da protagonista de modo a incitar curiosidade no leitor, o que motiva a continuação da leitura. A maioria dos personagens secundários também recebe atenção e apresenta uma construção satisfatória.

Passada a fase de introduções, é a partir de flashbacks e vislumbres do futuro que a leitura começa a fluir de verdade. Porém isso acontece de forma irregular: alguns poucos momentos são bastante empolgantes; já outros, extremamente penosos de ler. O que não deveria ter acontecido, já que a autora tinha em mãos uma história interessante e um sistema de narrativa bem maleável, que poderiam ser usados a seu favor para evitar essa inconstância. Infelizmente, isso não aconteceu tão bem quanto eu esperava.

Assim como o ritmo da história, a personalidade de alguns personagens – a de Alice em especial – também se torna muito inconstante. Tudo bem que é algo que condiz com a trama, mas o exagero fez com que parecesse forçado e irreal demais, a ponto de não me convencer e atrapalhar minha apreciação da leitura até o final. Isso contribuiu para que a sensação que tive ao ler as últimas palavras fosse de alívio, e não de satisfação.

No fim, a impressão que Bela Maldade deixou foi a mesma que uma montanha-russa infantil deixaria. Algo colorido (convenhamos, o trabalho gráfico está impecável), atrativo, mas que não transmite a emoção esperada no momento da leitura. Ainda assim, continua uma forma de entretenimento segura: recomendo o livro para quem gosta de tramas adolescentes, histórias interessantes (ainda que mal contadas) e livros bonitos para se ter na estante.

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