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Ourives entrevista: Enrique Coimbra




O carioca Enrique Coimbra escreve diariamente para seu site, o Discípulos de Peter Pan, e também tem um canal no youtube, o Vlog sem H. Em fevereiro, publicou independentemente seu primeiro livro, “Os Hereges de Santa Cruz”, um romance sobrenatural sobre magia e ocultismo ambientado nos subúrbios do Rio de Janeiro. Ele bateu um papo com a gente sobre seu livro, os caminhos da vida como escritor, sobre autopublicação e um pouco mais.   

1       Como você começou a escrever? Quais foram as suas influências em Hereges? Quanto tempo levou entre começar o primeiro rascunho e a finalização e lançamento do livro?
Não lembro quando comecei a escrever, mas acho que foi reflexo de ter começado a ler quadrinhos bem cedo. Sempre fui esquisito, né? Minha mãe diz que eu adaptava filmes para HQs e vendia pra família. Alguém tinha que comprar. Em 1996, saiu o filme Jovens Bruxas (The Craft) e a Sessão da Tarde não enjoava de passar Os Garotos Perdidos (The Lost Boys, 1987). Minha paixão por bruxas e motoqueiros imortais veio daí. Estudei magia (de verdade!) dos meus 11 aos 19 anos, começando pela Wicca. Só estudava mesmo, nem praticava. Desde então, sempre quis ler uma ficção mais realista sobre o assunto, só que nunca encontrei nada além de um monte de jovenzinhas superficiais fazendo bruxaria no ensino médio por tédio. Apesar de amar Harry Potter, ainda estava longe do que eu idealizava como livro perfeito pro meu gosto: cínico, ácido, sem firulas ou jogos de luz. Em 2011, defini as diretrizes d'Os Hereges de Santa Cruz usando como base dois amigos meus e o território onde moro, divisa dos bairros de Guaratiba, Sepetiba e, respectivamente, Santa Cruz. Tirei o glamour da magia e dos protagonistas que, normalmente, são da classe média. Quis tonificar com trevas a realidade de três jovens sem esperanças que buscariam na magia uma forma de mudar a realidade amarga. Abandonei a faculdade e o trabalho porque estava sem tempo para escrever e decidi viver de miojo, sem um tostão pra sair ou levar uma vida social. Meu objetivo era cuidar do meu site, o Discípulos de Peter Pan (DDPP) e finalizar Os Hereges. Em dezembro de 2013, em 4 semanas contadas, escrevi 350 páginas de uma vez, me isolando de todo mundo sem Facebook, celular ou visitas. De janeiro a fevereiro de 2014, revisei e revisei, até diminuir o livro para 200 páginas e lançar no dia 28 de fevereiro.
1       De onde surgiu a ideia para o livro? Ela mudou muitas vezes durante o processo de criação? Haverá uma sequência para a história?
Minha paixão pela estética de filmes como A Bruxa de Blair, Atividade Paranormal, e aquelas fotos macabras de rituais satânicos da deep web, fez com que a ideia se mantivesse firme: eu queria escrever o livro que eu gostaria de ler. Foi exatamente o que fiz. E como a história original ficaria com 600 páginas, tive de dividir em dois volumes, já que sou autor autopublicado, todo indie. O custo para um livro de 600 páginas aumentaria o preço final da obra, inviável. Sem falar que ninguém leria a versão digital desse tamanho. Então vai ter mais um volume. Todos os capítulos e o fim do livro estão prontos, só preciso escrever propriamente. É a parte mais divertida.
1       Como funciona a sua rotina de escrita? Você escreve com metas diárias ou semanais, ou simplesmente escreve “quando dá vontade”? Você prepara a história antes de escrever a prosa ou simplesmente vai escrevendo e descobrindo na hora para onde a trama seguirá?
Sou viciado em escrever! Aaaah! Passo 16 horas por dia produzindo artigos para o DDPP, gravando vídeos pro Vlog Sem H no YouTube, diagramando, ilustrando capas, criando websites, administrando fanpages... Então pego muito no meu pé, sou perfeccionista e odeio gastar tempo à toa. Nunca escrevo “quando dá vontade”. Aprendi que a criatividade pode ser controlada e minha preguiça ou receio nunca me impedem de edificar meu sonho, sabe? A gente inventa desculpas para não fazermos o que amamos. Eu arrisquei meu futuro profissional para investir na literatura. Se eu fizer corpo mole, sou o único prejudicado. Minha técnica na hora de escrever, até para evitar bloqueios criativos, é pesquisar muito e criar sinopses de capítulos antes de escrever de verdade. No meu site, falei dessas duas partes importantes da minha rotina criativa num guia sobre “como escrever um livro”.

No site do Enrique, leia sobre pesquisa e sobre a técnica de sinopses, partes de seu processo criativo.


1       A maioria dos “escritores de gaveta” tem problema em conseguir concluir seu primeiro original, várias vezes deixando-o por uma outra ideia que apareça. Isso aconteceu com você durante a criação do livro? O que te motivou a ir até o final e não deixar a ideia de lado?
Eu sou chato. Sou a pessoa mais chata e responsável do multiverso quando se trata de terminar o que comecei. Isso porque tenho um sonho: me tornar best-seller. Tenho muitas ideias de livros e uma necessidade insana de compartilhar os mundos que crio na mente, mas sou um só para fazer tudo. Sendo assim, puxo minha orelha e invisto no que produzo. Minha ansiedade me motiva a ir até o final, porque quero ver o resultado pronto! Inteiro! Confio nas minhas personagens, nos enredos e, principalmente, só escrevo o que eu gostaria de ler. Isso ajuda muito. Depois que você termina o primeiro livro, o resto vem de forma mais fácil. Você acha que pode dominar o mundo e escrever qualquer coisa!
1       O que te fez optar pela autopublicação? Qual o maior pró e o maior contra dessa opção? Você fez todo o trabalho de revisão, edição e formatação sozinho?
O que me fez optar é o que faz 96% de autores optarem pela autopublicação: lentidão e incerteza no processo de seleção editorial. Para enviar um original, receber (ou não) feedback, negociar e mimimi, pode ser necessário esperar entre 6 e 12 meses. Isso porque a editora vai querer mudar sua capa, censurar seu texto, inserir, remover partes etc. Isso se você for aprovado! Na autopublicação, o controle é 100% do autor. Quando o cara sabe o que tá fazendo, é bom pra caramba, mas essa liberdade criou uma imagem ruim em livros autopublicados, de que escritores que se lançam dessa maneira são amadores. Isso porque a galera escreve, não revisa, faz uma capa sem nenhum apelo e enfia na internet. Eu quis fazer diferente, porque já fui relaxado assim. Montei um website, fiz minha capa maneirona, buscando referências de sucessos do meu gênero (especialmente cinematográfico), revisei mil vezes e mandei para alguns amigos qualificados, editei, formatei, diagramei... Tanto a versão física quanto a digital! O lado ruim da autopublicação é que toda divulgação fica nas suas costas e por mais que você tenha as cópias físicas, lojas grandes como Saraiva ou FNAC não irão vendê-las fisicamente. Claro que quero ganhar um dinheirinho (ganho só R$ 1,00 por exemplar vendido), mas nunca foi meu objetivo primário. Escrever é uma necessidade pra me manter são. O truque é ter uma porrada de livros interessantes no mercado, por isso tô escrevendo mais um monte.
1       Ser um autor independente deve complicar na hora de não ter um corpo editorial te ajudando a promover sua obra. Como você lida com a responsabilidade de assumir toda a propaganda do Hereges de Santa Cruz e como tem feito para promovê-lo?
Dói na alma. Mas olha, dói muito. É cansativo, parece autopromoção, mas o que me motiva a seguir em frente é o pensamento de “Cacete! É meu livro! M-E-U L-I-V-R-O!”. Antídoto pra fadiga.
1       Já tem planos para seus próximos trabalhos? Enrique Coimbra será um nome que associaremos sempre aos romances sobrenaturais como Hereges, ou você tem planos de trabalhar outros gêneros e temáticas? Pode nos dar alguma dica sobre o que está por vir?
Enrique Coimbra é maluco. Acabei de lançar esse romance sobrenatural com horror e ocultismo, mas no próximo mês já vou lançar um romance focado no público GLS, chamado Sobre um garoto que beija garotos. Ainda nesse semestre, vou começar uma ficção científica para lançar no fim do ano e tenho planos de duas séries de minilivros pra ler na fila do banco ou na fila do McDonald's. Os chamo de fast-books. Quero explorar tudo que me interessa, experimentar gêneros, novas narrativas. Não quero escrever sempre a mesma coisa, mas sempre escrevo o que quero ler. Vou repetir isso eternamente.


1       Existe algum tipo de máxima que você siga com relação ao ofício de escrever e que você possa compartilhar com quem também quer seguir a carreira de escritor? Não faça a Suzana Vieira, tenha paciência com quem está começando. Algum conselho, macete ou dica? Alguma verdade cruel ou segredo sedutor sobre o ofício? Fique à vontade.
Vou dar A DICA MAIS INCRÍVEL DE TODAS CARACA COMO VOCÊ NUNCA PENSOU NISSO ANTES EM CAPS LOCK MEU DEUS OLHA SÓ: jogue a preguiça no lixo junto com as desculpas de (a) não tenho tempo (b) tô cansado (c) tô morrendo. Quanto mais cedo começar, melhor. Especialmente se quiser publicar por uma editora, já que o processo demora. Pratique, escreva muito, muito, muito, sobre tudo. Aprenda a descrever cenários, se questione sobre seus sentimentos e os explique para você mesmo. Observe as pessoas no ônibus, ouça os problemas dos outros e leia feito maluco! Leve a sério! A única maneira de dar certo é tentando! Decidi que quero me tornar um best-seller e ganhar dinheiro de livro. Como ganho R$ 1,00 por obra, preciso ter muitas no mercado, certo? Então esse ano quero lançar uma chuva de livros diversos, participar de concursos, entreter as pessoas! Você nunca vai estar “pronto” para começar a escrever até começar de verdade, então comece AGORA! Você vai dar certo! E se fraquejar, se você se achar ruim e precisar de apoio moral, fala comigo! Tô sempre na página do DDPP, no vlog, e realmente quero que os sonhadores aproveitem essa nova fase da literatura brasileira comigo. Até me sinto menos sozinho e tenho mil projetos para ajudar (futuros) autopublicados!
Conheça o primeiro livro do Enrique, Os Hereges de Santa Cruz, e seu novo livro, Sobre um garoto que beija garotos, que ACABOU DE SER LANÇADO! Vem, gente!

Lobos Não Choram, de Patricia Briggs


            Hoje O Lobo os chama para conhecer a história de Anna Latham  e Charles Cornic. Anna foi transformada contra sua vontade e é a loba menos importante de sua alcateia. Uma loba submissa que era abusada por sua alcateia – principalmente pelo babaca do Justin, o mesmo que a transformou –  e descaradamente enganada por seu Alfa, que, por sua vez, não fazia nada em relação aos abusos que ela sofria. Charles é matador de aluguel, braço direito e filho de Marrok, o Alfa da América do Norte. Um cara grande em tamanho, coração e cabelo. Hahahaha.

Lobos Não Choram, de Patricia Briggs, 1° Edição
             O livro é dividido em duas partes, tecnicamente. A primeira é o livro propriamente dito, onde há o desenrolar da história em si, e a segunda é o conto que deu origem à série, que apresenta os protagonistas e o contexto em que se conhecem, então é opção sua ler o conto antes ou depois de ler o livro. Eu particularmente não segurei minha curiosidade e li o conto primeiro, então não sei qual a sensação de ler o conto depois de ter lido o livro todo. Quem fizer isso, por favor, deixe sua opinião nos comentários.

             Anna suspeita que seu Alfa tenha sérios envolvimentos com um assassinato recente, então pede ajuda ao Marrok, que envia Charles para resolver o caso. Quando se encontram pela primeira vez, a confusão e surpresa  pelos sentimentos incitados entre eles é mútua, até que Charles os entende e revela que eles são gerados por seu lobo, que a escolheu como companheira.
           – Meu irmão-lobo tomou você como companheira. Se você não significasse nada para mim, eu nunca permitiria tal abuso considerando tudo o que você passou desde a sua Transformação. Mas você é minha, e pensar em você ferida, sem ser capaz de fazer nada para ajudar, é uma cólera que nem mesmo um lobo Ômega pode acalmar.
            Após a resolução do problema em sua alcateia, o Marrok oferece abrigo a ela, que, por sua vez, aceita, indo morar com Charles, obviamente, já que ela percebeu que, apesar de ser um matador de aluguel e ter cara de mal, Charles é um homem maravilhoso. Ele ajuda Anna a se adaptar a seu novo lar e, aos poucos, a livra de sua ignorância. E é ele também quem lhe diz que ela é um lobo Ômega.

            Conhecemos os amigos e a família de Charles e do Marrok e outras pessoas da grande alcateia de Aspen Creek. Dentre eles, Asil, um dos lobos mais velhos – se não “o” mais velho da alcateia, que tem como diversão particular irritar Charles ao máximo –, que parece interessadíssimo em cortejar Anna.

            E então Charles e Anna são enviados pelo Marrok para caçar um lobo desgarrado que atacou civis nas montanhas da cidade. E, conforme a caçada se acirra e se torna cada vez mais perigosa, eles descobrem que a mente maligna por trás de tudo isso tem mais a ver com o passado secular de Asil do que todos sequer imaginam.  E até sua esposa morta (?) resolve aparecer no meio dessa confusão.

            Esse livro foi um dos que mais me surpreendeu e que eu mais amei. Não sei se foi por eu não ter criado muitas expectativas sobre ele, ou se é por ele ser realmente bom, ou talvez por ele ser o primeiro que eu li com protagonistas lobos. Enfim, o livro é em terceira pessoa, médio ­­– 365 páginas, incluindo o conto – e muitíssimo bem contado. Percebem-se e entendem-se muito bem as multifaces e sentimentos dos personagens principais, as descrições feitas – tanto de lugares quanto de pessoas – são muito bem dosadas e o principal: não é um romance meloso! Me lembrou um pouco “Filhos do Éden”, do Eduardo Spohr, nesse quesito. Há romance? Sim. Porém esse não é o centro de toda a trama, entendem? E também é um romance entre adultos, então não há tantos coraçõezinhos flechados  flutuando ao redor da cabeça dos protagonistas. Simplesmente amei!

             Lá fora, a série conta com três volumes publicados, mais o conto que deu origem à série. Aqui no Brasil, a editora responsável pela publicação é a Novo Século, que já publicou os dois primeiros volumes e também o conto.

            Capa americana:

  
A nota?
Obviamente!
    

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Interligados – Aden Stone e a batalha contra as sombras, de Gena Showalter


Gena Showalter
Editora: Universo dos Livros
ISBN: 9788579301414
Ano: 2010
Páginas: 448

Sinopse:
A maioria das pessoas de 16 anos de idade têm amigos. Aden Stone tem quatro almas humanas que vivem dentro dele. Um pode viajar no tempo. Um pode levantar os mortos. Um pode prever o futuro. E outro pode possuir outro humano. Todo mundo pensa que ele é louco, essa é arazão pela qual ele passou sua vida inteira entre instituições para doentes mentais e reformatório. Tudo isso está prestes a mudar. Durante meses Aden tem tido visões de uma menina bonita – uma moça que carrega segredos antigos. Uma menina que quer salvá-lo ou destruí-lo.


Hoje os convido a adentrar no universo sobrenatural e sombrio que é o mundo de Aden Stone – mais conhecido com Aden –, o garoto que vive com quatro almas presas em sua mente, almas essas que possuem poderes especiais: Eve pode voltar no tempo, Elijah prevê mortes, Caleb pode possuir corpos alheios e Julian pode acordar os mortos.

Como elas foram parar ali? Ninguém sabe. Se e/ou como vão sair? É o que Aden tenta descobrir.

Aden é um garoto de 16 anos, órfão, que foi jogado de um hospital psiquiátrico a outro, como esquizofrênico, por falar com “pessoas” que ninguém mais vê. Ele acabou de ser transferido para uma nova cidade, na qual Elijah previu sua morte e também seu encontro com uma bela menina de cabelos negros. O menino fica desesperado para conhecê-la, mesmo sabendo que, nessa nova cidade, encontrará um final definitivo para si próprio. E, na sua primeira saída à cidade, adivinhem o que acontece?

A lápide começou a se sacudir.
Julian suspirou, parecendo um eco do suspiro de Aden. Sei que já enfrentamos situações piores e sei também que  eu fui o responsável por elas.
Ótimo. Um festival de lamentos. Essa terceira voz, frustrada, era de uma mulher, que também habitava sua cabeça. Aden ficou surpreso que seu outro “hóspede” (como ele às vezes chamava as almas presas dentro de si) também não tenha começado a falar. O significado de “paz e tranquilidade” era algo que eles não compreendiam.  Ei, garotos, será que podemos deixar a festinha para depois e matar logo esses zumbis antes que eles surjam por todos os lados, ganhem força e sapateiem em nossos traseiros?
– Sim, Eve – concordaram Aden,  Julian e Elijah em uníssono.

Até que, de repente, os zumbis caem e as vozes em sua mente gritam e cessam. E então, ao longe, ele vê uma garota e se questiona se ela não seria a garota das visões de Elijah.

A garota observou o local.
Um segundo depois, seus olhares se encontraram. Ocorreu uma explosão de sons enquanto o mundo se reduziu, de forma repentina, àqueles olhares – e então, ao vazio. Nenhum movimento. Nenhuma batida dos corações, sequer o ruído dos pulmões se enchendo de ar. Não havia hoje, nem amanhã. Só havia aqui e agora.
Eles eram as duas únicas pessoas no planeta.
– Isso é paz – Aden pensou, em choque. A verdadeira paz. Calma e silêncio, sem nenhuma voz em sua cabeça pressionando-lhe ou lhe insultando, disputando sua atenção.

Essa garota é Mary Ann Gray, também de 16 anos, órfã de mãe, namorada de um jogador de futebol babaca e aluna nota 10 que faz de tudo para não desapontar o pai, que, afinal de contas, é tudo o que tem além de sua melhor amiga Penny Parks. Ela, por sua vez, tenta, a todo custo, fazer Mary Ann desistir do “Plano de 15 Anos”, que provavelmente não será cumprido por causa da chegada de Aden – a quem ela se sente estranhamente ligada – e de novos acontecimentos em sua vida pacata.

Aden “convence” Dan – dono do rancho onde ele mora e responsável por ele – a deixá-lo frequentar uma escola comum e, logo em seguida, fica doente por causa do veneno dos zumbis que o atacaram no cemitério. Durante esse período, tem alucinações com uma outra morena, dessa vez de olhos azuis.

Essa segunda morena é a irresistível princesa Victoria, uma vampira filha de Vlad, O Empalador, que vai à procura de Aden para questionar o porquê de ele ter atraído a nação vampira e outras criaturas sobrenaturais para perto de si. Ela o convida, em nome de seu pai – que parece querer “conhecê-lo melhor” –, para o baile de ressurreição do rei vampiro, no dia de Haloween.

Mary Ann, uma semana após conhecer Aden, vê, em seu gramado, um lobo negro que parece pronto para atacá-la... só que não. Ele simplesmente a  acompanha até a escola – ainda em forma de lobo – e, quando vai também buscá-la, começa a falar em sua mente. E essas caminhadas acabam tornando-se um hábito, fazendo com que ela e o Lobisomem – que é também guardião de Victoria – criem um tipo de amizade ou algo mais.

Para proteger Mary Ann e Aden, em nome de Vlad, Victoria e seu lobo guardião começam a estudar no mesmo colégio que os dois e, juntos, os quatro amigos tentam encontrar as respostas para a “atração” de Aden. Respostas essas que têm mais a ver com o passado de Marry Ann do que ela imagina e que resultarão na libertação de um dos espíritos presos em Aden.

Eu li esse livro há um ano e infelizmente tinha me esquecido do quão bom ele é! É um livro de tamanho médio, em terceira pessoa e repleto de informações, mas sem deixar o livro chato ou cansativo. É um romance nada comum, sem mocinhas, bad-boys nem triângulos amorosos. Cada protagonista tem defeitos, qualidades e marcas que, apesar da sobrenaturalidade do enredo, acabam tornando-os quase humanos. Cada questionamento – mesmo que pequeno – feito durante a trama ganha uma resposta bem construída ou pelo menos uma promessa de uma, já que é uma trilogia. Porém o maior diferencial dessa história foi a autora ter posto lobisomens e vampiros não como inimigos, mas sim como protetores e protegidos:

– Pensei que vampiros e lobisomens fossem inimigos. Quero dizer, Aden comentou que os vampiros lhe disseram para ficar longe de você.
– Ela é bastante diferente, essa vampira.
– Então vocês não são inimigos?
E por que subitamente ela queria que eles fossem inimigos? O que havia de errado com ela? Os dois estavam namorando? Ela rangeu os dentes.
– Não. Vlad, o primeiro dos imperadores, deu o mesmo sangue que ele bebeu, o sangue que o mudou, para seus queridos animais. Da mesma forma, eles começaram a mudar. Eles logo se tornaram capazes de tomar a forma humana, embora continuassem com seus instintos animais. Naqueles primeiros tempos, eles eram cruéis, ferozes e tentariam – e conseguiriam – comer todos que vissem pela frente. As pessoas que eram atacadas e que sobreviviam começaram a mudar também, embora mantivessem seus instintos humanos. Esse era o meu povo. Vlad os ajudou, cuidou deles. Como retribuição, meu povo prometeu proteger o povo de Vlad.

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Hush, Hush (série), de Becca Fitzpatrick – COM SPOILERS

Nota d’A Editora: (Mas já? Pois é. Nem começou o texto e eu já estou aqui enchendo o saco.) Olá, gente. Queria fazer um breve comentário SOBRE A NATUREZA DOS POSSÍVEIS SPOILERS DO TEXTO. Eu, particularmente, nunca li a série e as informações não me incomodaram, mas vejo como outras pessoas poderiam se incomodar. Como é a resenha da série inteira, é normal que alguns detalhes de volumes anteriores sejam revelados quando se começa a falar dos volumes finais. Algumas coisas mencionadas podem levar a conclusões e inferências indesejadas – ou não. Cabe ao leitor filtrar a intensidade com a qual ele, pessoalmente, se importa em saber spoilers. Tomando a mim como exemplo, eu sou bem chata (daquelas “me conta alguma coisa e eu te mato”) e não achei esse texto excessivamente revelador. Porém deve ser levado em conta que uma pessoa que já começou a ler a série possa ter conhecimentos que a façam atingir uma interpretação mais profunda do que é contado na resenha. Dito isso, depois não vale reclamar. Spoiler ou não, eis a questão.


Hush, Hush - a série

            Então, galera, hoje falarei sobre uma das minhas séries favoritas: Hush Hush, de Becca Fitzpatrick. Com capas lindas, em preto e branco com sutis detalhes em vermelho, e narrada em primeira pessoa, a série conta a história de Nora Gray e Patch Cipriano.     
            Nora é uma menina simples, que mora em uma casa de campo com a mãe, dedicada aos estudos, sem vida amorosa ativa – apesar de sua melhor amiga, Vee Sky, tentar ao máximo arranjar-lhe companhia – e constantemente  importunada por sua arqui-inimiga, Marcie Millar, que tenta fazer da sua vida, e da de Vee, um inferno desde sempre. Patch é o mais novo parceiro de laboratório de Nora – misterioso, sexy, sombrio e com profundos olhos negros, um dos melhores Bad Boys na minha opinião.

Hush, Hush vol. 1, Becca Fitzpatrick, 1º Edição

                
            O primeiro livro conta sobre o começo do relacionamento levemente conturbado de Nora e Patch. Ele é irresistível e faz de tudo para levar Nora ao limite, mas, mesmo assim, tenta protegê-la ao máximo. Nora sabe que Patch não é flor que se cheire, mas adora a vista. O que a maioria de nós também faria, não é mesmo? hahaha.
            Então, após uma série de estranhos acontecimentos,  Nora  sai de sua cômoda normalidade e se vê jogada em um mundo em que anjos caídos e nephilins existem e brigam há séculos – tendo como pano de fundo o autoritarismos dos arcanjos –, briga na qual ela entrará em busca de respostas, mas não sairá sem sacrifícios.

            Os olhos de Patch eram como órbitas negras. Absorviam tudo e não devolviam nada. Não que eu quisesse saber mais sobre ele. Se não gostei do que vi por fora, duvidava de que fosse gostar do que espreitava lá no fundo. O único problema é que isso não era bem verdade. Eu adorei o que vi. Músculos longos e esguios nos braços, ombros largos, mas relaxados e um sorriso que era meio debochado, meio sedutor. Estava difícil convencer a mim mesma de que deveria ignorar algo que já começava a parecer irresistível.

Hush, Hush vol. 2, Becca Fitzpatrick, 1º Edição
                               
            Já no segundo, Nora ganha um anjo da guarda e – advinhem quem é? O problema é que, mesmo tendo de cumprir seus deveres angélicos, Patch parece cada vez mais distante de Nora e mais próximo de Marcy, a pessoa mais irritante ever e arqui-inimiga de Nora. E, como se isso não fosse o suficiente, ela começa a ter estranhos sonhos, com seu pai falecido há anos, que têm mais a ver com o presente e sua linhagem do que ela sequer imagina.
            É aí que o recém-chegado à cidade, Scott Parnell, chama sua atenção. Antigo conhecido da família e típico garoto-problema – do tipo que tem um pequeno pé de maconha no quarto –, faz de tudo para deixá-la furiosa e tem segredos a esconder muito piores do que uma simples jardinagem ilegal.
            Mas, como tudo parece sempre ter um lado bom se olhado de outro ângulo, Patch descobre que ele e Nora podem interagir através dos sonhos dela.

            ­– Anjo.
            Levantei os olhos quando Patch disse meu apelido em meus pensamentos. Estar perto de você, da forma que for, é melhor que nada. Não vou perdê-la. Ele fez uma pausa e, pela primeira vez desde que o conheci, vi uma sombra de preocupação em seus olhos. Mas já caí uma vez. Se eu der aos arcanjos motivos para imaginarem que estou remotamente apaixonado por você, eles vão me mandar para o inferno. Para sempre.

Hush, Hush vol. 3, Becca Fitzpatrick, 1º Edição
                                         
            Então, no terceiro livro, Nora, após ficar desaparecida por semanas – devido a um sequestro no qual a moeda de troca pela sua liberdade foi altíssima –, é finalmente encontrada em um cemitério e não se lembra dos últimos cinco meses, ou seja,  não se lembra de Patch, Scott, anjos caídos, nephilins, arcanjos, o Mão Negra e esse tipo de coisas.
            Para completar, descobre que sua mãe está namorando ninguém mais, ninguém menos, do que Hank Millar! O recém-divorciado pai de Marcy, do qual Nora não gosta nada e muito menos confia. E há também a chegada de Dabria, uma personagem in-su-por-tá-vel, que parece ser uma versão 2.0 de Marcy.
            E, no meio de todo esse caos,  mesmo com a intensa ajuda de seus amigos Scott e Vee, ela continua, obviamente, muito confusa. Afinal, não se lembrar de cinco meses da sua própria vida deve ser bem tenso, não acham?
            Além de tudo isso, um novo e sexy desconhecido, chamado Jev, parece ser a peça vital para que ela recupere suas memórias  roubadas. E, quando ela descobre a verdadeira identidade desse desconhecido, tudo parece fazer sentido.

            – Minha história é longa e não há muita coisa boa nela. Não posso apagá-la, mas estou decido a não errar novamente. Não quando os riscos são grandes, não quando envolvem você. Há um objetivo em tudo isso, mas vai levar um tempo. – Dessa vez ele me abraçou e afastou o cabelo do meu rosto, e alguma coisa dentro de mim se desfez ao seu toque. Lágrimas quentes transbordaram de meus olhos. – Se eu perder você, perco tudo.



Hush, Hush vol. 4, Becca Fitzpatrick, 1º Edição
                                              
            E, finalmente, no quarto livro, Nora se vê  forçada a fazer uma grande escolha. Ganha novos poderes, que tem como bônus uma enorme responsabilidade, uma liderança imposta – da qual seus subordinados não a acham digna – e um pacto que, se não cumprido, resulta em morte, no caso a sua própria e a de sua mãe.
            Nesse novo contexto, conhecemos melhor Dante – seu primeiro tenente, que parece fazer de tudo para ajudá-la a conquistar a confiança de seus subordinados , vemos Nora 
adquirir um vício e a intimidade forçada com Marcy Millar, que se aloja em sua casa (ato totalmente consentido por ambas as mães e muito estranho aos olhos de Nora e de Vee).
            Ser perseguida por anjos caídos, nephilins e arcanjos não fazia parte de seus planos, bem como o ressurgimento de Dabria e o leve autoritarismo de Patch em relação a sua segurança. E, quando um chantageador está prestes a ser pego, percebe-se que nem todos são tão confiáveis assim. Nora e Patch devem recorrer a planos arriscados para garantir um futuro sem guerras para todos, e feliz para si. Mas e se o plano não der certo? Qual será a melhor solução no final das contas?

            Sempre que a dúvida e a tristeza invadiam minha mente, tudo o que eu precisava fazer era pensar nele. Não sabia se tinha feito a melhor escolha todas as vezes, mas de uma coisa eu não tinha dúvida: tinha acertado com relação a Patch. Não podia desistir dele. Nunca.

            As cenas românticas de Nora e Patch tendem a ser levemente calientes e bem tensas, mas também carregas de um humor sarcástico maravilhoso. E, no final dos livros, são apresentadas as soluções perfeitas para que todos os problemas sejam resolvidos. Previsível? Nem de longe, pois, quando tudo parece  estar perfeito, há uma reviravolta tamanha que te faz pensar que não há solução possível para arrumar a bagunça. E isso é sensacional!  Você fica imaginando o que a louca da autora pretende fazer para resolver tudo e, no final das contas, não é nada óbvio.
            O final da saga não me agradou muito por dois motivos: pelo o final que a autora deu a dois personagens que fazem parte do núcleo principal da trama e pela rapidez com que a história termina. Porém, mesmo assim, é empolgante, instigante e, com certeza, inesquecível.
             Amo, amo, amo!
            Becca anunciou em seu Twitter há poucos meses que o primeiro livro, Sussuro, vai receber uma adaptação cinematográfica pelas mãos da LD Entertainment e do roteirista Patrick Sean Smith, do seriado americano Greek, adaptação essa que tem o início das filmagens planejado para o segundo semestre de 2013.  Becca nos fala um pouquinho sobre suas antigas ideias:
            “Eu comecei a escrever Hush, Hush há quase dez anos, então estava imaginando atores que, obviamente, já não têm mais idade para os papéis. Eu queria Steven Strait para Patch e Emmy Rossum para Nora”, disse Becca Fitzpatrick ao Entertainment Weekly.
            No Twitter, seus seguidores sugeriram nomes como Beau Mirchoff, Drew Doyon, Shiloh Fernandez, Mario Casas, Thomas Dekker e Avan Jogia, para viver Patch; Shelley Hennig, Kaya Scodelario, Lucy Hale e Troian Bellisario, para Nora. E aí? Qual é o seu elenco dos sonhos? Conta pra gente!

Encontre:  Saraiva & Iba (ambos em versão digital)