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Sugeri aos meus colegas o nome “Ourives das Palavras” na época em que estava lendo Trem noturno para Lisboa. “AMADEU INÁCIO DE ALMEIDA PRADO, UM OURIVES DAS PALAVRAS!” é o título do livro em torno do qual a história gira. Você encontra mais sobre o Trem noturno para Lisboa aqui.


Profissão de fé - Olavo Bilac
‘Le poète est ciseleur,
Le ciseleur est poète.’
Victor Hugo
“(…)
Invejo o ourives quando escrevo:
Imito o amor
Com que ele, em ouro, o alto relevo
Faz de uma flor.

Imito-o. E, pois, nem de Carrara
A pedra firo:
O alvo cristal, a pedra rara,
O ônix prefiro.

Por isso, corre, por servir-me,
Sobre o papel
A pena, como em prata firme
Corre o cinzel.

Corre; desenha, enfeita a imagem,
A idéia veste:
Cinge-lhe ao corpo a ampla roupagem
Azul-celeste.

Torce, aprimora, alteia, lima
A frase; e, enfim,
No verso de ouro engasta a rima,
Como um rubim.

(...)”

(Vamos não odiar os parnasianos, ok? Tá, Modernismo é mais legal e tal, mas pobres sapinhos... Eles fazem relações legais entre ourivesaria e escrita, deixemos a deusa deles em paz.)


Significado de “ourives”, segundo o http://www.dicio.com.br

s.m. e s.f., sing. e pl. O que executa ou vende objetos de ouro e de prata.

As abreviações acima querem dizer “substantivo masculino e substantivo feminino, singular e plural”. Pode ser qualquer um, qualquer uma, qualquer pessoa, quaisquer pessoas! É o que mais gosto nessa palavra. Não estou desmerecendo o significado, que basicamente diz que um ourives é alguém que maneja metais preciosos, mas queremos que o Ourives das Palavras vá muito além disso. Faremos o possível para assimilar todos esses materiais tão preciosos que estão nas boas histórias, naqueles maravilhosos conjuntos de palavras, e falaremos sobre eles, moldando nossas interpretações de forma que os leitores saibam como foi, para nós, desfrutar daquilo. Assim sendo, os blogueiros do Ourives não são nada senão pessoas apaixonadas por essas infinitas possibilidades de ser qualquer um, qualquer uma, qualquer pessoa, quaisquer pessoas. Queremos que todos que acompanham o blog possam sentir o que sentimos quando estávamos imersos no universo de determinada história, talvez se interessando por ela a ponto de querer lê-la, assisti-la, vivê-la. 


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