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Especial Seriados: 3 grandes estreias da summer season


2014 tem sido um ano movimentado para a TV. Tivemos uma porrada de seriados cancelados, alguns retornando e muitas, muitas estreias. A temporada de verão lá no hemisfério norte já começou e, das próximas estreias, separei três que têm me despertado a curiosidade ultimamente e estrearão nas próximas semanas.
A primeira delas, cujo lançamento da segunda temporada ocorre hoje, é Orange is the New Black. Embora eu ainda não tenha começado a acompanhar, participo de um grupo de discussão de seriados no Facebook e ouço falar muito bem da série. Em todo lugar que se procura sobre o seriado, encontramos escrito em letras grandes e garrafais que ele foi criado pelas mesmas mãos que criaram Weeds. Este sim eu já assisti, e era um seriado que me fazia rir muito. Aparentemente, Orange is the New Black balanceia os momentos cômicos e dramáticos muito bem, e esse trailer da segunda temporada me deixou curioso pelos barracos todos. Quem não adora um, né? De cara, o elenco me parece bem maneiro em questão de performance. Inclusive, a editora Intrínseca está lançando nesse mês o livro homônimo que deu origem à série e que conta a história real de Piper Kerman. Saiba mais sobre o livro, visite a página de Orange is the New Black no Netflix e confira o trailer da segunda temporada, que começa 06/06.


Para a segunda estreia que quero comentar não há um burburinho tão grande assim. Under the Dome também está retornando com sua segunda temporada, com lançamento oficial dia 30 de junho (uma segunda-feira) no canal americano CBS. Vi a primeira temporada dividir opiniões entre quem a acompanhou. Tenho colegas que leram o livro e detestaram a série, mas outros que também leram e amaram – assim como existem os que não conhecem a história original e estão igualmente divididos em opinião. Eu, como fã muitas vezes xiita de Stephen King, gostei pra caramba da primeira temporada, mas consigo entender a revolta e as reclamações de quem não gostou. A história, planejada para render várias temporadas, já teve desde o começo algumas divergências em relações ao livro, e elas só vieram a aumentar com o desenrolar da temporada. É uma das primeiras vezes que eu consigo observar livro e adaptação como duas obras distintas e gostar de ambos separadamente. O seriado deve se distanciar mais do livro nessa temporada, mas eu me tranquilizo pelo envolvimento do próprio Stephen King na produção. Visite a página de Underthe Dome na CBS e confira o teaser da segunda temporada, que estreia em 30/06. Leia também a nossa resenha de Sob a Redoma.


E por último, mas não menos importante, o seriado que provavelmente é a minha maior aposta e esperança para esse ano. The Strain é a adaptação para a TV da Trilogia da Escuridão, escrita por Guillermo Del Toro e Chuck Hogan, que estreia no canal americano FX no domingo, dia 13 de julho. A trilogia conta a história de uma pandemia que toma conta de Nova Iorque. Seguimos Eph, um médico do CDC que se envolve na tentativa de conter um vírus que chega à cidade em um avião onde todas as pessoas à bordo estão mortas. O primeiro livro da série já teve resenha aqui no blog, e eu ainda preciso ler a conclusão da trilogia, mas sou um fã desesperado. A mitologia que os dois autores criaram como pano de fundo para os vampiros da epidemia é sensacional, e os infectados – os vampiros – sozinhos já são sensacionais. Estou com expectativas altíssimas para o seriado, o que nem sempre é uma boa coisa, mas não consigo não colocar fé nesse projeto que está sendo desenvolvido pelo próprio Del Toro. O FX vem liberando uma série de teasers para os quais eu só tenho essa reação. Visite a página de The Strain no site do FX e confira abaixo a compilação de todos os teasers lançados até agora.

Série Review: Drácula (2013)



Hello, guys!

Alguns meses atrás, enquanto passeava por um dos vários grupos do Facebook dos quais faço parte, me deparei com um post sugerindo essa série. Com link do site pra assistir online e tudo, a miniatura que havia para o vídeo era um dos pôsteres oficiais da série, que, por mais incrível que pareça, é a única série sobrenatural que eu assisto além de “The Vampire Diaries”. O que me chamou atenção nesse pôster (imagem abaixo) foi a presença do muito bem conhecido no universo YA Jonathan Rhys Meyers, o famoso Valentim Morgenstern da série “Os Instrumentos Mortais” (de Cassandra Clare), que imediatamente deduzi ser protagonista da série. Também, né... 

Depois de dias de olhares recíprocos àquele post, curiosidade, além do ócio das curtas férias escolares, decidi finalmente assistir, mesmo não tendo nenhum conhecimento draculeano além do boca a boca popular e do que sei sobre o Drácula viciante de Jeaniene Frost.




Sinopse:
É o final do século 19, e Dracula (Jonathan Rhys Meyers), misterioso empresário americano de nome Alexander Grayson, chegou em Londres, no intuito de trazer a ciência moderna para a sociedade vitoriana. Ele está especialmente interessado na nova tecnologia de energia elétrica, que promete iluminar a noite – útil para quem evita o sol. Mas ele tem outra razão para suas viagens: ele espera se vingar de quem o amaldiçoou com séculos de imortalidade. Tudo parece estar indo conforme o planejado … até que ele se apaixona por uma mulher que parece ser a reencarnação de sua falecida esposa.

Bem, se você espera uma série extremamente gótica com um Drácula em crise ideológica, uma mocinha tola que hiperventila umas 20 vezes a cada episódio e que tem uma amiga fidelíssima e também um fiel escudeiro em um cavalo branco, desista completamente. Essa série vai lhe entregar de bandeja personagens misteriosos, intrigantes e não tão altruístas como se costuma ver na ficção atualmente. Cada um tem suas próprias ambições, vontades e objetivos, e a maioria não tem receio algum de quebrar alguns ovos para conseguir o que quer.

Nosso protagonista é um vampiro precedido por sua fama e temido por onde se ouve falar dele. Com certeza faz parte do time “quebra ovos”, mas eu diria que em uma humilde terceira posição. Não pela falta de ambição, mas sim por quantos ovos ele está disposto a quebrar. Mas não se deixe enganar pela pose austera e enigmática do Sr. Grayson: Do mesmo jeito que consegue se portar como um lorde, não esquece seus antigos costumes e sabe fazer uma empalação como ninguém.

O Professor Abraham Van Helsing (Thomas Kretschmann) foi um dos personagens que mais me surpreenderam ao longo da série. Não por não estar contra o Príncipe das Trevas e sim aliado a ele, mas principalmente por ser mais multifaces do que o próprio o protagonista. Por seus próprios motivos, é claro, mas aliado mesmo assim. Prestem muita atenção nele.

Se forma então uma parceria entre dois homens quebradores de ovos e com sede de vingança, quase perfeitamente construída ao longo de dez anos com dinheiro, alianças e informações privilegiadas bem embaixo do nariz de uma imponente Londres vitoriana ávida por progresso. Não é nada menos do que oportuno o surgimento do empresário Grayson com uma nova forma de iluminar a noite londrina. E é com essa influência e cada vez mais poder que esses homens pretendem acabar com o mal que deu origem ao Príncipe das Trevas.

Jonathan Rhys Meyers como Drácula.
As ladys da trama não poderiam ser mais diferentes umas das outras: Mina Murray (Jessica De Gouw) é uma jovem corajosa, sem nenhum daqueles “mimimis” das moças vitorianas e que, ao contrário de quase todas as mulheres da época, não tem o sonho de ser estritamente uma dona de casa, então está buscando se tronar médica. Lucy Westenra (Katie McGrath) é a própria moça vitoriana estereotipada e com uma grande paixão não correspondida. É o oposto de Mina e, mesmo assim, as duas são melhores amigas. E a mais divergente de todas é Lady Jane (Victoria Smurfit), uma mulher casada (mas o marido dela não aparece a temporada toda), muito comentada na sociedade, elegante, sexy e que é uma caçadora de vampiros durona, mas rapidamente cai nos encantos de Alexander.

Os dois últimos personagens do elenco principal são R.M. Renfield (Nonso Anozie) e Jonathan Harker (Oliver Jackson-Cohen). O primeiro é um advogado astuto e inteligentíssimo que é valete, braço direito, até mesmo amigo e muitas vezes a voz da consciência de Grayson. Renfield chegou a esse posto por uma infelicidade oportuna. Harker é redator de um jornal não muito popular e namorado de Mina. Curioso, levemente ambicioso e que começa a trabalhar para Alexander relativamente cedo na trama. Fiquem de olho nele.

Outro ponto importante da série são os vilões. Não há exatamente um lado bom ou ruim, há pessoas fazendo coisas boas e ruins em nome do que acreditam, então escolha o seu lado. O conceito de bem e mal não é uma das coisas que essa série vai lhe entregar prontamente, porém ela não te poupará de sangue, suor e lágrimas, ação (incluindo a caliente), surpresas e deduções assustadoras, tendo como pano de fundo um cenário sombrio e magnético que vai te fazer querer ver os poucos 10 episódios de uma só vez. E, conforme a série vai chegando ao fim, as máscaras caem e as consequências dos atos dos nossos belos personagens nos prometem uma ótima segunda temporada (mas nada sobre isso foi confirmado ainda).

Por fim, você deve estar se perguntando sobre o romance da série. Ele aparece de forma sutil, porém sensual, nesta primeira temporada. Foi muito insinuado, porém não muito exibido. É como se dissesse "Ei, espere só a segunda temporada! Prometo comparecer mais”.

Pegue sua cartola ou leque e aproveite as atrações da noite londrina, mas cuidado para não acordar com punções no pescoço, hein!


XOXO


Interligados – Aden Stone e a batalha contra as sombras, de Gena Showalter


Gena Showalter
Editora: Universo dos Livros
ISBN: 9788579301414
Ano: 2010
Páginas: 448

Sinopse:
A maioria das pessoas de 16 anos de idade têm amigos. Aden Stone tem quatro almas humanas que vivem dentro dele. Um pode viajar no tempo. Um pode levantar os mortos. Um pode prever o futuro. E outro pode possuir outro humano. Todo mundo pensa que ele é louco, essa é arazão pela qual ele passou sua vida inteira entre instituições para doentes mentais e reformatório. Tudo isso está prestes a mudar. Durante meses Aden tem tido visões de uma menina bonita – uma moça que carrega segredos antigos. Uma menina que quer salvá-lo ou destruí-lo.


Hoje os convido a adentrar no universo sobrenatural e sombrio que é o mundo de Aden Stone – mais conhecido com Aden –, o garoto que vive com quatro almas presas em sua mente, almas essas que possuem poderes especiais: Eve pode voltar no tempo, Elijah prevê mortes, Caleb pode possuir corpos alheios e Julian pode acordar os mortos.

Como elas foram parar ali? Ninguém sabe. Se e/ou como vão sair? É o que Aden tenta descobrir.

Aden é um garoto de 16 anos, órfão, que foi jogado de um hospital psiquiátrico a outro, como esquizofrênico, por falar com “pessoas” que ninguém mais vê. Ele acabou de ser transferido para uma nova cidade, na qual Elijah previu sua morte e também seu encontro com uma bela menina de cabelos negros. O menino fica desesperado para conhecê-la, mesmo sabendo que, nessa nova cidade, encontrará um final definitivo para si próprio. E, na sua primeira saída à cidade, adivinhem o que acontece?

A lápide começou a se sacudir.
Julian suspirou, parecendo um eco do suspiro de Aden. Sei que já enfrentamos situações piores e sei também que  eu fui o responsável por elas.
Ótimo. Um festival de lamentos. Essa terceira voz, frustrada, era de uma mulher, que também habitava sua cabeça. Aden ficou surpreso que seu outro “hóspede” (como ele às vezes chamava as almas presas dentro de si) também não tenha começado a falar. O significado de “paz e tranquilidade” era algo que eles não compreendiam.  Ei, garotos, será que podemos deixar a festinha para depois e matar logo esses zumbis antes que eles surjam por todos os lados, ganhem força e sapateiem em nossos traseiros?
– Sim, Eve – concordaram Aden,  Julian e Elijah em uníssono.

Até que, de repente, os zumbis caem e as vozes em sua mente gritam e cessam. E então, ao longe, ele vê uma garota e se questiona se ela não seria a garota das visões de Elijah.

A garota observou o local.
Um segundo depois, seus olhares se encontraram. Ocorreu uma explosão de sons enquanto o mundo se reduziu, de forma repentina, àqueles olhares – e então, ao vazio. Nenhum movimento. Nenhuma batida dos corações, sequer o ruído dos pulmões se enchendo de ar. Não havia hoje, nem amanhã. Só havia aqui e agora.
Eles eram as duas únicas pessoas no planeta.
– Isso é paz – Aden pensou, em choque. A verdadeira paz. Calma e silêncio, sem nenhuma voz em sua cabeça pressionando-lhe ou lhe insultando, disputando sua atenção.

Essa garota é Mary Ann Gray, também de 16 anos, órfã de mãe, namorada de um jogador de futebol babaca e aluna nota 10 que faz de tudo para não desapontar o pai, que, afinal de contas, é tudo o que tem além de sua melhor amiga Penny Parks. Ela, por sua vez, tenta, a todo custo, fazer Mary Ann desistir do “Plano de 15 Anos”, que provavelmente não será cumprido por causa da chegada de Aden – a quem ela se sente estranhamente ligada – e de novos acontecimentos em sua vida pacata.

Aden “convence” Dan – dono do rancho onde ele mora e responsável por ele – a deixá-lo frequentar uma escola comum e, logo em seguida, fica doente por causa do veneno dos zumbis que o atacaram no cemitério. Durante esse período, tem alucinações com uma outra morena, dessa vez de olhos azuis.

Essa segunda morena é a irresistível princesa Victoria, uma vampira filha de Vlad, O Empalador, que vai à procura de Aden para questionar o porquê de ele ter atraído a nação vampira e outras criaturas sobrenaturais para perto de si. Ela o convida, em nome de seu pai – que parece querer “conhecê-lo melhor” –, para o baile de ressurreição do rei vampiro, no dia de Haloween.

Mary Ann, uma semana após conhecer Aden, vê, em seu gramado, um lobo negro que parece pronto para atacá-la... só que não. Ele simplesmente a  acompanha até a escola – ainda em forma de lobo – e, quando vai também buscá-la, começa a falar em sua mente. E essas caminhadas acabam tornando-se um hábito, fazendo com que ela e o Lobisomem – que é também guardião de Victoria – criem um tipo de amizade ou algo mais.

Para proteger Mary Ann e Aden, em nome de Vlad, Victoria e seu lobo guardião começam a estudar no mesmo colégio que os dois e, juntos, os quatro amigos tentam encontrar as respostas para a “atração” de Aden. Respostas essas que têm mais a ver com o passado de Marry Ann do que ela imagina e que resultarão na libertação de um dos espíritos presos em Aden.

Eu li esse livro há um ano e infelizmente tinha me esquecido do quão bom ele é! É um livro de tamanho médio, em terceira pessoa e repleto de informações, mas sem deixar o livro chato ou cansativo. É um romance nada comum, sem mocinhas, bad-boys nem triângulos amorosos. Cada protagonista tem defeitos, qualidades e marcas que, apesar da sobrenaturalidade do enredo, acabam tornando-os quase humanos. Cada questionamento – mesmo que pequeno – feito durante a trama ganha uma resposta bem construída ou pelo menos uma promessa de uma, já que é uma trilogia. Porém o maior diferencial dessa história foi a autora ter posto lobisomens e vampiros não como inimigos, mas sim como protetores e protegidos:

– Pensei que vampiros e lobisomens fossem inimigos. Quero dizer, Aden comentou que os vampiros lhe disseram para ficar longe de você.
– Ela é bastante diferente, essa vampira.
– Então vocês não são inimigos?
E por que subitamente ela queria que eles fossem inimigos? O que havia de errado com ela? Os dois estavam namorando? Ela rangeu os dentes.
– Não. Vlad, o primeiro dos imperadores, deu o mesmo sangue que ele bebeu, o sangue que o mudou, para seus queridos animais. Da mesma forma, eles começaram a mudar. Eles logo se tornaram capazes de tomar a forma humana, embora continuassem com seus instintos animais. Naqueles primeiros tempos, eles eram cruéis, ferozes e tentariam – e conseguiriam – comer todos que vissem pela frente. As pessoas que eram atacadas e que sobreviviam começaram a mudar também, embora mantivessem seus instintos humanos. Esse era o meu povo. Vlad os ajudou, cuidou deles. Como retribuição, meu povo prometeu proteger o povo de Vlad.

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Noturno, de Chuck Hogan e Guillermo Del Toro


A capa nacional do livro, publicado pela Rocco.

Tirei este livro da prateleira de uma livraria com um pé atrás, pois tinha lido muitas resenhas negativas a seu respeito no skoob. Não sei o que realmente me chamou atenção nesse livro. O próprio fato de um dos autores ser Guillermo Del Toro já me desanimou porque o único trabalho dele do qual eu me lembrava na época da leitura de Noturno era a direção do filme Blade II, que, como podemos dizer... não é lá essas coisas. 
Dessa forma, comecei a leitura mais por curiosidade, imaginando ler algumas páginas e largar, mas não foi bem o caso. Fiquei surpreso com a forma como o livro me prendeu a atenção durante horas seguidas.  A primeira metade do livro é ágil e flui bem depressa, com uma boa carga de mistério. A lenda de Jusef Sardu abre o livro lançando a pitada de fantasia da trama e a história de Abraham Setrakian traz o drama e causa uma identificação heroica muito grande no leitor. Pessoalmente, Setrakian foi o personagem de quem mais gostei no livro.
Afinal, do que se trata Noturno? Se você chutar baseando-se no título e chutar que se trata de vampiros, você acertou. Se você pensou em vampiros excessivamente góticos, ou aristocratas, ou quem sabe até fatalistas, adolescentes e brilhantes, você errou feio. Como cada autor que decide escrever sobre vampiros cria “o seu próprio vampiro” com base em uma das lendas originais, temos centenas de variações dessa figura na literatura popular, e é claro que dois grandes caras como Chuck Hogan e Guillermo Del Toro criaram sua própria versão da lenda.
Aqui está o diferencial desse livro. Os autores criaram seus próprios vampiros, com suas habilidades e fraquezas, sua origem e sua mitologia, mas a história não gira em torno deles. Lembram um pouco os vampiros retratados no livro Eu sou a Lenda, de Richard Matheson. Os vampiros de Del Toro e Hogan são inconscientes, pessoas infectadas por uma doença milenar que, dentre outras coisas, causa uma mutação na traqueia, criando um tipo de tentáculo, na ponta do qual existe um ferrão, que os vampiros usam para se alimentar. Os vampiros aqui retratados são realmente asquerosos, cheios de pus, vermes e um líquido pastoso e branco que exsuda de suas feridas no lugar de sangue (talvez mais pus).
O que acontece: um avião pousa no aeroporto JFK, em Nova Iorque, e de repente as luzes se apagam, fazendo a central perder completamente a comunicação com o avião. Começam momentos tensos, até que o CDC – Centro de Controle de Doenças – é convocado, pois há suspeitas de terrorismo biológico. O líder da equipe do CDC, que atende ao chamado, é Eph Goodweather, o nosso protagonista.
Da metade do livro em diante, a trama se torna mais acelerada. Uma pandemia atinge toda Nova Iorque e o vírus da vez é o queridíssimo vírus da doença vampírica, é claro. A verossimilhança com que a doença e toda a epidemia são narradas chega a ser aterrorizante. Del Toro e Hogan me causaram certo medo de situações desse tipo. A relação entre Eph, seu filho Zack e o ligeiramente implícito "quadrado amoroso", protagonizado por Kelly, Matt, Eph e Nora, trazem a pitada de suspense romântico do livro. 
Temos Abraham Setrakian, um idoso sobrevivente do holocausto. Dono de uma loja de penhores no bairro nova-iorquino do Harlem, vendo as notícias e toda a boataria, prevê o caos que tomará Nova Iorque e o mundo, se revelando um experiente “caçador de vampiros”. Ele é uma das únicas pessoas que realmente sabem da existência dos seres, sabendo, assim, como feri-los e matá-los. Setrakian tem uma rixa de muitos anos com um vampiro conhecido apenas como Mestre.
E Mestre. O misterioso vilão que demora a se mostrar. Um ser maldito, causador de mistério e especulação, porque, dentre todos os vampiros do livro, ele é um dos poucos, se não o único, que tem consciência. Mestre é um vilão odioso, detestável, que me causou um asco sem tamanho. O que é incomum, pois sou dos muitos que se identificam com os vilões. Mestre e sua contenda com Setrakian roubam a cena em alguns momentos do livro, de forma deliciosa, e o gancho final não poderia ser mais estiloso, de modo a acorrentar de vez o leitor à trama.
O livro, que termina com um desfecho maravilhoso mostrando as proporções épicas desta premissa, abre com estilo a Trilogia da Escuridão. A dupla de autores me contagiou e surpreendeu com este trabalho, conseguindo me aferrar à série e despertando em mim um desejo sobrenatural de ler o volume seguinte. Noturno é seguido por A Queda e a trilogia se encerra com A Noite Eterna.



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