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Celular, de Stephen King

Stephen King

Edição: 1
Editora: Objetiva
ISBN: 9788573028621
Ano: 2007
Páginas: 400

Sinopse:
Onde você estava no dia 1º de outubro? O protagonista desta história, Clay Riddell, estava em Boston, quando o inferno surgiu diante de seus olhos. Bastou um toque de celular para que tudo se transformasse em carnificina. Stephen King – que já nos assustou com gatos, cachorros, palhaços, vampiros, lobisomens, alienígenas e fantasmas, entre outros personagens malévolos – elegeu os zumbis como responsáveis pelo caos desta vez.
Depois de anos de tentativas frustradas, o artista gráfico Clay Riddell finalmente consegue vender um de seus livros de histórias em quadrinhos. Para comemorar, decide tomar um sorvete. Mas, antes de poder saboreá-lo, as pessoas ao seu redor, que por acaso falavam ao celular naquele momento, enlouquecem.
Fora de si, começam a atacar e matar quem passa pela frente. Carros e caminhões colidem e avançam pelas calçadas em alta velocidade, destruindo tudo. Aviões batem nos prédios. Ouvem-se tiros e explosões vindos de todas as partes.
Neste cenário de horror, Clay usa seu pesado portfolio para defender um homem prestes a ser abatido, Tom McCourt, e eles se tornam amigos. Juntos, eles resgatam Alice Maxwell, uma menina de 15 anos que sobreviveu a um ataque da própria mãe.
Os três sortudos — entre outros poucos que estavam sem celular naquele dia — tentam se proteger ao mesmo tempo em que buscam desesperadamente o filho de Clay. Assim, em ritmo alucinante, se desenrola esta história. O desafio é sobreviver num mundo virado às avessas. Será possível?

Stephen King é, de fato, um nome que todo leitor já ouviu em algum momento da vida, mesmo que nunca tenha lido ou se interessado pelo seu trabalho. Quando mais novo, na exata época em que Crepúsculo estava em seu auge, eu nunca havia tido contato com a obra de King, mas quando li sobre uma polêmica declaração do autor sobre Stephenie Meyer e Harry Potter – se você não sabe do que estou falando, clique aqui –, imediatamente simpatizei com o cara. Logo fui correr atrás de ler algo dele, de quem eu já ouvira falar algumas vezes, e o primeiro King em que coloquei as mãos foi Celular (no original, Cell).

Na época, eu também estava numa curiosidade enorme de ler livros sobre zumbis, que, ao contrário de agora, não eram tão populares assim – tínhamos os de Max Brooks e mais um ou dois livros de autores obscuros e pouco divulgados –, e o que escolhi figurava em uma lista de livros sobre zumbis. E aí entra uma polêmica interessante. Porque para alguns leitores, dentre os quais eu me encaixo, Celular não é exatamente sobre zumbis.

O protagonista da história é Clay Riddel, um ilustrador que, depois de anos tentando vender sua graphic novel, finalmente encontra em Boston uma editora pra quem consegue vender e resolve comemorar comprando uma casquinha de sorvete. É interessante que logo aqui, nas primeiras páginas do livro, Stephen King deixa um easter egg: a tal graphic novel em que Clay trabalhou por tanto tempo, a qual é citada em mais alguns momentos da história e sempre soa muito familiar para o leitor familiarizado com A Torre Negra. Na fila do carrinho do sorvete, Clay vê uma mulher surtar atacando o sorveteiro e, olhando em volta, isso tudo se repete. Pessoas comendo outras vivas, matando e espancando umas as outras, atirando-se de prédios, batendo carros e espalhando o caos por toda a cidade. Mais tarde, ele e os sobreviventes dessa primeira onda de destruição percebem um padrão. Somente as pessoas que estavam falando ao celular naquele momento, por volta das três da tarde daquele dia, ficaram malucas com o que ouviram.

O suspense e desespero que vão se criando em torno da situação são sensacionais. Pensemos: quando nós vemos alguma coisa errada acontecendo na rua, quando de repente vemos a mulher na nossa frente na fila do sorvete pular pra cima do sorveteiro e rasgar a garganta dele com os dentes, qual é a primeira coisa que a maioria das pessoas pensaria em fazer? Pegar o telefone e chamar a polícia? Os bombeiros? E isso é uma das maiores sacadas da história. O caos se espalha por toda parte, e os personagens todos estão com muito medo de tentar pegar o telefone para ter notícias, pedir ajuda ou fazer o que quer que seja.

Celular é um livro simples, mas genial. É uma história de horror, suspense, drama e sobrevivência, no maior estilo apocalipse zumbi. Mas aí entra a discussão do zumbi. Zumbi, como estamos acostumados a ver, é aquele monstro morto-vivo que se alimenta de carne de gente viva; esse estado zumbi é normalmente apresentado como uma doença contagiosa, espalhada através da mordida dos monstros. Estamos acostumados a vê-los lentos, normalmente com pouca inteligência, mas há casos diferentes, como o dos zumbis de Madrugada dos Mortos (2004), que são velozes e muito mais mortais e agressivos que os clássicos zumbis. As criaturas de Celular, as pessoas afetadas pelo pulso transmitido nos telefones, se comportam no primeiro momento de forma muito parecida com zumbis. Comendo, matando e retalhando todas as pessoas e seres vivos que estiverem à vista, mas esse é um comportamento que muda no decorrer do livro. Não existe nenhum tipo de transmissor do estado fonático – que é como o termo phoner, que os personagens usam para se referir às pessoas afetadas pelo Pulso, foi traduzido –, a não ser o próprio Pulso. Não é uma doença contagiosa, como nos zumbis que estamos acostumados a ver. Após o Dia do Pulso, o comportamento dos fonáticos muda e eles deixam de destruir e matar tudo aleatoriamente no maior estilo zumbi clássico para se reunir e andar em bandos.

King desenvolveu os fonáticos de forma muito interessante e assustadora. O comportamento dessas pessoas só vai ficando mais assustador e estranho conforme os dias após o pulso vão passando. Eles demonstram inteligência e, em alguns momentos, se comunicam com os não-fonáticos, o que, na minha opinião, os desclassifica definitivamente da definição de zumbi (além de, é claro, o fato de eles não estarem mortos). Clay tem como objetivo encontrar o filho e a esposa, que estão em sua cidade, Kent Pond, que ele deixou ao viajar para Boston em busca de um contrato com uma editora. O tempo todo Clay se pergunta se a mulher e o filho foram pegos pelo Pulso, imagina se o filho estaria ao telefone no momento da primeira transmissão, ou se tentara usá-lo depois para pedir ajuda. Clay conhece outros sobreviventes no caminho e eles se juntam a ele em sua busca pelo filho.

O livro é cheio de ação, muito bem distribuída e equilibrada com o desenvolvimento dos personagens, drama e suspense. É tudo o que muitos livros com histórias de sobrevivência em apocalipse zumbi (exemplo: Apocalipse Z) tentaram em vão fazer: criar uma história bem escrita, pesada, mas que mantenha o leitor interessado o tempo todo em tudo o que está acontecendo e vai acontecer, desde a primeira até a última página. Foi a minha primeira leitura de Stephen King, que devorei avidamente em pouco mais de um dia, e é um dos meus livros favoritos do Mestre até hoje. O livro está ganhando uma adaptação para o cinema, que deve ser lançada no segundo semestre de 2014.

Review de Games #1: The Last of Us

Há alguns meses, a Sony Computer Entertaiment e a desenvolvedora Naughty Dog lançaram no cenário mundial sua maior criação dos últimos anos. A dupla, que desenvolveu o já clássico Crash Bandicoot na geração anterior, no PS2, apostou todas as fichas em um game de sobrevivência ambientado em cenário pós apocalíptico de uma pandemia zumbi. A temática tem crescido muito nos últimos anos com a onda de seriados, quadrinhos, filmes e tudo o mais que se possa fazer e colocar zumbis dentro. Este ano, a Amazon coroou The Elder Scrolls V: Skyrim, de 2011, como o game da geração, a grande febre e o que mais inovou nos últimos anos. Pessoalmente presenciei discordâncias dessa escolha vindas de jogadores que acreditavam que os first person shooters como Call of Duty e Battlefield seriam mais dignos da honraria. Um grupo menor – mas crescente – de fãs defendia que o lançamento The Last of Us era o melhor jogo da geração. Como um fã assíduo das aventuras de Tamriel, de Skyrim, sempre achei impossível que um jogo tão cedo se igualasse a ele, quiçá superasse, mas mudei de ideia logo nos primeiros minutos com The Last of Us.

Joel e Ellie se escondendo de caçadores. Fonte: divulgação.

O jogo me surpreendeu nos primeiros minutos. É completamente dublado em português, opção que agora é disponível na grande maioria dos lançamentos e que eu normalmente dispenso. Mas, por recomendação de um amigo, dei uma chance à dublagem, que está realmente boa. O jogo começa com um prólogo que nos apresenta a Joel, o protagonista que controlaremos durante o jogo. Durante esse prólogo, conhecemos a vida de Joel, e o jogador mais atento – que souber explorar o primeiro cenário meticulosamente criado, que é a casa de Joel – perceberá as dicas que os produtores deixaram. Por exemplo: em um cômodo da casa, há um jornal com uma matéria sobre as últimas semanas da epidemia que tem tomado as grandes cidades e o fracasso da OMS na elaboração de uma vacina para a doença.

Após o prólogo, que dura poucos minutos de gameplay, temos uma nova cutscene com trechos de noticiários explicando por cima a epidemia que tomou o mundo. Nesses primeiros minutos, eu ficava boquiaberto com o jogo, que é surpreendente em todos os aspectos. Não há melhor mídia para contar histórias e que gere uma imersão tão grande quanto os videogames, e The Last of Us é o supra sumo de todos os jogos. O roteiro é afiado, sucinto e convincente; a ambientação é sensacional, inteligente, e realista; as sequências de luta e ação são violentas, sangrentas e arrepiantes, do tipo que te arranca uma exclamação de prazer ao estourar o crânio de um infectado contra uma parede.

O tempo presente do jogo se passa vinte anos após os fatos do prólogo. Os Estados Unidos – e acreditamos que o mundo todo – foram devastados pela doença. As pessoas se agruparam em bairros fortificados, cercados por muros e com os perímetros guardados por soldados do exército. O governo distribui uma cota de cartões de comida, que são como tíquetes-alimentação que as pessoas trocam por suprimentos nos postos do governo. As cidades são seguras, ao menos por cima dos panos. Joel, nosso protagonista, que já está grisalho e mais velho – embora continue com o mesmo físico de antes, se não ainda mais forte e magro, o que talvez se justifique pela escassez de comida e rotina de correria e luta por sobrevivência –, é um agente free-lancer e trabalha no mercado negro com contrabando de armas. Em um ponto do jogo, ele confessa ter trabalhado como caçador, que é como são denominados os bandidos que sequestram e matam pessoas em zonas desertas e sem proteção das cidades para roubar seus suprimentos.

O visual das cidades, após anos de descuido. O jogo é um espetáculo no visual gráfico.

A história principal do jogo começa quando Joel e Tess - a parceira de Joel no contrabando de armas- se metem em tretas e se envolvem com os Vaga-Lumes, uma milícia que o exército e o que resta do governo hostilizam e tratam como terroristas, pois há uma desconfiança de que eles sejam os grandes responsáveis pelo vírus que devastou o mundo. Joel acaba por aceitar uma missão da líder dos Vaga-Lumes: escoltar a garota Ellie até um  grupo de outros agentes, do outro lado do país. A importância da garota para a milícia dos Vaga-Lumes não é revelada por Marlene, a líder, mas, logo nos primeiros minutos jogando com este novo objetivo, já é possível deduzir o que há de errado com ela.

O jogo segue com sua mecânica excepcional. Da mesma forma que God of War inovou no gênero hack and slash, The Last of Us inova em sua jogabilidade de forma tão inédita que, com base nela, é impossível classificar o jogo. Ele tem elementos de games de estratégia, dos fps de tiro e de games de ação com grandes mapas interativos, como Assassin's Creed e Uncharted. É um game com uma grande história de suspense meticulosamente escrita, que funciona como filme de terror e ação também.

The Last of Us é um divisor de águas nos videogames, uma verdadeira masterpiece do gênero, que deveria ser levado mais a sério como mídia e ferramenta de criação de ficção. Os videogames, pela interatividade que gera uma imersão maior e identificação mais profunda com a história, são, na opinião deste que vos fala, a mídia definitiva para a ficção. Grandes trabalhos caprichados desde a parte gráfica até o estúdio de dublagem e trilha sonora, como The Last of Us, são a prova de que a plataforma está crescendo, ficando mais séria e merecendo ser tratada com mais seriedade.
 
Veja o trailer dublado do game:

"Apocalipse Z", de Manel Loureiro Doval



Hoje propus a mim mesmo um desafio: falar sobre algo de que gosto muito sem parecer um fã alienado. Venho adiando essa tarefa há dias, pois sempre soube que talvez tudo resultasse numa grande porcaria. Mas foi impossível resistir. Precisava falar dessa obra prima aqui e a chegada do Especial Mortos Vivos foi o pontapé de que eu precisava. E então, preparados? Sem mais delongas, conheçam Apocalipse Z!
Esse livro caiu de paraquedas na minha vida. Ganhei O Princípio do Fim (primeiro volume da trilogia) de presente e, como não tinha lido nada da chamada "literatura zumbi" até aquele momento, não sabia o que esperar. E acho que isso aumentou ainda mais o impacto que foi ler uma obra do gênero. WOW! Nunca tinha visto algo assim antes. Um livro que me envolvesse tanto numa história a ponto de me fazer pular, me encolher, chorar e me desesperar de emoção. Tudo isso deitado na cama enquanto lia. É.
Mas vamos analisar a obra de uma forma mais concreta, acho que já estou me descontrolando e... Enfim! Aqui embaixo tem a sinopse do primeiro livro, olha só:
"Em uma pequena cidade espanhola, um jovem advogado leva uma vida tranquila e rotineira. Um dia, porém, começa a ouvir notícias sobre um incidente médico ocorrido em um país remoto do Cáucaso. Apesar de aparentemente corriqueiras, as notícias chamam tanto sua atenção que ele resolve registrar suas impressões em um blog. Aos poucos, o que eram apenas acontecimentos incomuns ocorridos em um país distante começam a se espalhar por toda a Europa. Em menos tempo do que poderia supor, o terror se instala. Ruas, bairros e cidades inteiras são tomados por criaturas com um comportamento assustador. Sem nunca ter visto nada parecido e completamente vidrado pela notícia, ele mal se dá conta de que, enquanto acompanha o desenrolar dos fatos de sua casa, a cidade onde mora também está sendo invadida por aquelas bizarras criaturas. Isolado, apenas com seu gato Lúculo e um vizinho, só lhe resta criar uma estratégia de fuga até conseguir encontrar outros sobreviventes. Entretanto, ao conseguir refúgio, ele logo descobrirá que a guerra está apenas começando."
Ok, talvez não pareça grande coisa a princípio - apenas a história de um cara que descobre o apocalipse zumbi e tenta sobreviver -, mas pode apostar que o livro vai muito além do que promete. Talvez nem tanto pela originalidade: muita coisa do que você encontrará em O Princípio do Fim provavelmente já aconteceu em algum filme, série ou livro com esse tema. O grande diferencial aqui é a habilidade do autor em contar uma história. Habilidade esta, diga-se de passagem, quase inacreditável. Se você é daqueles que têm certa dificuldade em "sentir'" as cenas de ação enquanto lê, essa série pode resolver isso (experiência própria). Tiros, ferimentos, fugas, zumbis... tudo descrito com a precisão necessária. A criatividade e imaginação do autor para gerar situações de perigo também é digna de aplausos. 

Essa imagem é da HQ de O Princípio do Fim, que foi lançada na Europa pela Panini.
Cadê isso no Brasil, produção? CADÊ?
Isso sem falar nos personagens, um tanto originais e cativantes. No início a história se resume ao protagonista, um advogado espanhol qualquer, e seu gato, um dos animais mais marcantes que já conheci através de livros (algo como o Bichento, de Harry Potter, porém com uma personalidade mais dócil e muito mais valorizada dentro da história). Entretanto, com o decorrer da narrativa, aparecem mais sobreviventes - ainda mais peculiares do que os que acabei de citar.
Já deu pra perceber que a história é incrível? Se não, me adiciona no facebook que posso apresentar mais milhares de argumentos para convencer você (sério, gente, pode adicionar. Sou do bem). 
Ainda não terminei de ler a trilogia, mas posso dizer com certeza que, do primeiro para o segundo livro, a história se desenvolve a um nível muito alto. Não posso explicar o porquê disso, porque seria um spoiler gigante (dica: nunca leia as sinopses dessa série no Skoob, geralmente começam respondendo a questão principal do livro anterior). Me arrisco apenas a afirmar que Os Dias Escuros é um livro maior e mais ambicioso do que O Princípio do Fim. Entendam como quiserem...
Antes de fazer as considerações finais e finalizar o post, necessito fazer um momento fã frustrado aqui (AVISO: se você não gostar de reclamações, pule este parágrafo). Vocês sabem, desabafar sobre algo que me incomoda profundamente. No caso da série Apocalipse Z, as edições brasileiras. É claro que admiro muito a atitude da editora Planeta em  trazer uma série de um país diferente do habitual, escrita por um autor pouco conhecido em nossas terras tupiniquins. Mas sério que precisava fazer um trabalho tão superficial? O primeiro volume da série tem um design de capa realmente interessante. Por outro lado, o texto possui vários erros que incomodam bastante durante a leitura. A partir segundo, além dessa falha com a revisão, a editora decidiu que passaria a seguir o padrão de capas espanhol. Resultado? Três livros desajustados, que nem parecem da mesma série quando colocados juntos na estante.
Os três livros da série. Reparem como o primeiro difere dos outros dois. Podem me julgar dizendo que sou cheio de frescuras e tal, mas um trabalho bem feito é essencial para o sucesso de uma série, de uma empresa... de tudo.
Bom, o que importa mesmo é que o conteúdo é sensacional (tanto que está até sendo produzido como filme!). Vale realmente a pena comprar Apocalipse Z se você for um fã de zumbis, se não for (acabei virando um por causa desse livro!) ou se apenas estiver buscando uma leitura de qualidade, carregada de ação, desespero e vontade de sobreviver. 



Encontre (primeiro livro da série): Americanas | Livraria Cultura | Submarino

Especial Quadrinhos: The Walking Dead + Resenha: A Ascensão do Governador, de Robert Kirkman e Jay Bonansinga




          Os zumbis nunca estiveram tão na moda quanto hoje. Agora, mais do que nunca, os filmes de zumbis estão ganhando público maior e, assim, maiores bilheterias, o que faz com que os estúdios invistam neles cada vez mais, com maiores e maiores orçamentos. Um exemplo disso é o vindouro World War Z, com Brad Pitt, que promete ser um épico do gênero. Considerando onde tudo começou, com os filmes de George Romero – os melhores, na minha opinião –, os zumbis saíram do nicho trash e se tornaram verdadeiros blockbusters. Um exemplo de como se vê um investimento maior nesse tipo de filme está logo no trailer de World War Z: só o trailer deve ter custado mais do que A Noite dos Mortos Vivos inteiro. Romero filmou seu clássico com singelos U$ 114 mil. Já World War Z teve um orçamento mais de dez vezes maior, U$ 125 milhões, e não acaba aí: os produtores têm planos para uma trilogia.
          E é isso, os zumbis nunca renderam tanto para a indústria. Nos últimos anos, citar exemplos de um trabalho bem-sucedido com os mortos vivos se tornou impossível sem lembrar The Walking Dead. A história começou a ganhar notoriedade em seu terceiro ano de publicação, quando a primeira tiragem de seu número 33 esgotou em 24 horas. Em 2010, a série ganhou o prêmio Eisner – o Oscar dos quadrinhos – de Melhor série contínua. No mesmo ano, estrearia a série de TV que adapta os quadrinhos e que alavancou a febre zumbi dos últimos anos.
          Robert Kirkman é o verdadeiro moneymaker do momento. Tudo em que toca parece se tornar ouro. Seu império abrange jogos de videogame, série de quadrinhos, seriado de TV, livros, jogos de tabuleiro e dezenas de produtos licenciados. A forma com que o autor abordou a história no começo, quando só havia a série em quadrinhos, inovou. Em suas histórias, os zumbis não são o show, quanto menos os vilões da história. Os mortos vivos são o pano de fundo em uma peça onde os sobreviventes interpretam herói e vilão ao mesmo tempo. 
A capa do primeiro volume da série, traduzido como "Dias Passados"

          A série em quadrinhos é publicada no Brasil pela editora HQM e, até o ano passado, era publicada no formato de encadernados de seis edições cada, sob o título de Os Mortos Vivos. A partir de outubro, a editora passou também a publicar no formato de revistas mensais – e estas estão saindo com o título original, The Walking Dead. Mas os volumes compilados continuam saindo, atualmente no volume 11. A variedade de formatos torna muito fácil para os novos leitores começarem a acompanhar a série em quadrinhos. As edições mensais estão atualmente no número 8 e todas elas podem ser compradas no site da editora.
          No primeiro arco da série, nós conhecemos Rick Grimes e sua história como policial que entrou em coma após ser baleado em uma perseguição, acordando no mundo destruído pelos mortos que não ficam mortos. O primeiro arco da série tem os ótimos desenhos de Tony Moore, que tristemente foi substituído na sétima edição por Charlie Adlard. Adlard faz uso demasiado de sombras na construção dos desenhos, o que me causa certo desagrado. Os desenhos de Tony Moore, por outro lado, são os melhores. Tem traços finos, mas vívidos. Tem emoções bem destacadas, o que é importante, porque The Walking Dead é um drama, não um terror.
          A história todos conhecem. Rick acorda do coma e parte em busca da mulher e dos filhos, passando por todas as suas desventuras. Com os outros sobreviventes, viverá sempre correndo, sempre com as armas prontas, buscando a sobrevivência e não podendo confiar nem nos outros sobreviventes. 
          Quem começar a ler The Walking Dead após ter assistido à série logo notará algumas divergências na história, como sempre acontece em adaptações. Algumas mortes de personagens que acontecem logo no primeiro arco foram adiadas na série de TV – e alguns personagens nem existem ali. Desnecessário descartar personagens que têm quase vida própria nos quadrinhos e criar mais personagens, por melhores que sejam, para a série. Um exemplo são os irmãos Merle e Daryl, que são amados pela audiência, mas que não existem nos quadrinhos. A série também dá pouco pano para sensacionais personagens como Michonne, fortíssima nos quadrinhos, mas muito mal representada na série. Não me demorarei citando os problemas da série de TV, porque este é um assunto muito enfadonho, que se torna muito repetitivo. Toda vez que um livro é adaptado, nós vemos o mesmo mimimi: o livro é melhor que o filme. The Walking Dead não é uma exceção a esta máxima.
          Robert Kirkman dosa o drama e a ação em todas as edições. O arco termina com estilo, um final incrível, que realmente encerra o arco como uma fase da história dos sobreviventes – leva o nome de Dias passados.

Encontre: Números mensais Site da editora | Comix Book Shop  Encadernados Saraiva | Comix Book Shop | Skoob

A capa do primeiro livro da trilogia que contará a história do Governador.
          Como a semana é especial zumbis e o post é especial The Walking Dead, temos uma resenha dupla de trabalhos de Robert Kirkman. Primeiro, vimos uma resenha do primeiro volume da série em quadrinhos e, agora, vamos falar sobre o primeiro romance ambientado no universo da série. A ascensão do Governador foi escrito por Kirkman em parceria com o premiado romancista de terror Jay Bonansinga. Como era de se esperar, o livro foi um best seller quase instantâneo.
          Minha experiência com o livro foi muito curta. Li o volume, de quase 400 páginas, em algumas horas. Kirkman e Bonansinga fizeram uma parceria incrível em termos de narrativa e trama. A prosa do livro não é demasiado detalhista, mas também não é superficial demais. A história tem os mesmos padrões da série em quadrinhos: os zumbis são apenas o background e os sobreviventes são o verdadeiro foco. 
          O nome do livro invoca um personagem conhecido dos quadrinhos e que ficou conhecido pelos fãs da série de TV na terceira temporada. O Governador é um dos maiores vilões de quadrinhos e é um bosta no seriado já foi até listado como o “vilão do ano” de 2012. Nos quadrinhos e na série de TV, nós conhecemos o Governador como o homem por trás de Woodbury, uma cidadezinha que está se mantendo nos eixos de forma ligeiramente socialista. Nós conhecemos seu nome, Phillip Blake, mas sabemos muito pouco de sua história. No livro, descobrimos como ele chegou aonde chegou e qual é a origem de suas atitudes. 
          A trama do livro segue o grupo de sobreviventes formado por Phillip, sua filha Penny, seu irmão Brian e seus amigos Nick e Bobby. O livro é realmente sensacional para quem acompanhou as HQs, porque, além de falar mais sobre o nosso vilão favorito, ele também fala, mesmo que rapidamente, do começo da epidemia da doença dos zumbis e de como todo o apocalipse começou e acabou com tudo em uma velocidade absurda. 
          O livro também se torna um dos mais tristes que você jamais lerá se você o fizer depois de ter lido os quadrinhos ou visto a terceira temporada da série, porque você vai lendo, vai lendo e você sabe o que vai acontecer – e se pega desejando para que não aconteça, roendo as unhas de curiosidade. É claro que eu não vou contar o que é, mesmo não considerando spoiler se visto de algumas formas. 
          Ótimas sequências de ação, um pouco mais sobre a Atlanta devastada pelos mortos, reviravoltas mil e as bizarrices de Phillip tornam o livro uma experiência incrível. Kirkman realmente conhece as pessoas e a forma como as pessoas agem. Ele ou Bonansinga, quem deles tiver criado as cenas de ação, é um gênio. Uma certa cena com motocicletas é maravilhosa.
          O que mais acrescentar senão mimimi? Se você gosta do seriado, leia os quadrinhos. Se você gosta dos quadrinhos, leia o livro e, vamos lá, dê uma chance à série. A ascensão do Governador tem um final com cliffhanger que vai te deixar louco, porque eu fiquei. O que foi feito aqui é mítico e dá início a uma trilogia que vai contar a história do Governador desde sua Ascensão até os seus momentos na série em quadrinhos. O segundo volume, Caminho para Woodbury, já foi lançado no Brasil e tem uma premissa ainda mais enervante para quem já está avançado acompanhando os quadrinhos. 

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TAG: Apocalipse Zumbi


         Todo mundo que navega pelos blogs e vlogs literários conhece as tags – muitas são criadas por estrangeiros e traduzidas por blogueiros brazucas. Todas são sempre muito divertidas de responder e de assistir às respostas também. Eis que um dia, em uma reveladora manhã de sábado, eu acordei com uma tag nova completamente formada na cabeça e corri para compartilhar com meus colegas de blog. A tag se chama Apocalipse Zumbi e é aquele tipo de tag de escolher personagens, sendo que, desta vez, o objetivo é formar a sua própria equipe de sobrevivência no apocalipse zumbi, totalmente integrada de personagens de livros. As questões são:

1. Um personagem para liderar o grupo: escolha um personagem com espírito de liderança, que seja perfeito para guiar o grupo, através de hordas de zumbis, para a sobrevivência.

2. Um personagem com conhecimentos médicos: escolha um personagem que saberá cuidar da saúde de todos os membros do grupo, aplicar  os primeiros socorros em uma emergência e fazer o possível para tratar uma mordida.

3. Um personagem inteligente: escolha um personagem que pense rápido, que saiba agir sob pressão, que possa pensar em um bom esconderijo e uma boa fonte de mantimentos, que saberá atrair a menor atenção zumbi possível para o grupo.

4. Um personagem para morrer primeiro:
escolha um personagem que não fará diferença nenhuma no grupo e que será totalmente dispensável.

5. Um personagem badass:
todo grupo precisa de um fodão chutador de bundas, personagem que vai meter medo até nos zumbis, que tem estilo até coberto de bile e sangue. Escolha um personagem que trará este espírito ao grupo.

6. Um personagem duas caras:
escolha um personagem que será o traidor, que entregará outra pessoa para manter a própria pele à salvo, que será o Shane, melhor mentiroso dentre os sobreviventes.

7. Um personagem engraçado:
no meio de um apocalipse zumbi é muito fácil ter um colapso nervoso e enlouquecer com toda a pressão da situação. Escolha um personagem que fará piadinhas de vez em quando para quebrar o gelo.

8. Um personagem medroso:
escolha um personagem que não saberá nem manejar uma arma sem tremer e chamar a mamãe quando os zumbis vem vindo.

9. Um personagem criança:
escolha um personagem que está crescendo em meio ao apocalipse e que precisará de um olho atento 24 horas por dia.

10. Um personagem qualquer:
escolha qualquer personagem que quiser.

Vídeo da Lígia, nossa Editora, respondendo à tag:


Vídeo do Guilherme: 


Vídeo da Luciana:


         E, se você gostou da tag e não foi tagueado, não fique triste. Sinta-se convidado a responder à tag, não se esquecendo de dar os créditos ao Ourives. Boa sorte no apocalipse com suas equipes!