Diálogos Impossíveis, de Luis Fernando Veríssimo

Luis Fernando Verissimo
Crônicas
ISBN: 9788539004133
Editora Objetiva
Lançamento: 01/10/2012
Formato: 15 x 23
Peso: 268 gramas
176 páginas
Leia "A Diferença", a primeira crônica, disponibilizada pela editora.

Sinopse:
Drácula e Batman discutem no asilo. Robespierre tenta subornar o carrasco. Goya e Picasso conversam sob o sol da Côte d’Azur. Juvenal planeja matar a mulher, Marinei, que o despreza. A recém-casada Heleninha pede conselhos ao urso de pelúcia.
Qual um existencialista dotado de senso de humor, Verissimo persegue em suas crônicas o absurdo que marca a existência humana – salvo engano, a única que se preocupa com o seu propósito, o seu término e se alguém está falando demais na hora do pôquer. Em nenhum momento essa maldição se torna mais evidente do que na hora em que o homem abre a boca. Então, o que era para comunicar acaba é “estrumbicando”.
Tais constatações podem ser verificadas em seu novo livro, Diálogos impossíveis, seja no diálogo imaginário de Don Juan tentando seduzir a própria Morte ou na conversa cotidiana de um casal que se desentende na hora de dormir. Tanto faz. O homem – e, sejamos igualitários, a mulher – parece falar o que não deve e calar no fundamental. Para sorte do leitor, Verissimo está sempre por perto, registrando os hilariantes momentos em que o ser humano exerce sua vocação para a confusão:
– Não somos muito diferentes – diz Drácula.
– Somos completamente diferentes! – rebate Batman. – Eu sou o Bem, você é o Mal. Eu salvava as pessoas, você chupava o seu sangue e as transformava em vampiros como você. Somos opostos.
– E no entanto – volta Drácula com um sorriso, mostrando os caninos de fantasia – somos, os dois, homens-morcegos...
Batman come o resto do seu iogurte sob o olhar cobiçoso do conde.
– A diferença é que eu escolhi o morcego como modelo. Foi uma decisão artística, estética, autônoma.
– E estranha – diz Drácula. – Por que morcego? Eu tenho a desculpa de que não foi uma escolha, foi uma danação genética. Mas você?
Nas crônicas reunidas neste volume, Luis Fernando Verissimo escreve sobre impossibilidade, incomunicabilidade e mal-entendidos. Escreve, enfim, sobre a vida.

Um primeiro aviso: humor barato.
Livros de humor são complicados de lidar – não gostei de Diálogos Impossíveis e vou lhes explicar o porquê.

O livro é uma reunião de crônicas de Luis Veríssimo, publicadas aos domingos no jornal Zero Hora, do Rio Grande do Sul. A questão é que:
A) Nem todas as crônicas do livro Diálogos Impossíveis sequer têm diálogos (pode parecer besteira, mas tira a comicidade da maioria das crônicas).
B) Muitas das crônicas falam de assuntos não tão “impossíveis” assim, como um marido planejando a morte da esposa ou discussões em uma churrascaria, coisa que me decepcionou, considerando que o livro me conquistou pelo anúncio de cenas como “Batman X Drácula”, “Goya X Picasso”, entre outras.
C) As crônicas não são atuais, então o humor empregado pode ser “ultrapassado” em relação às piadas mais novas, tanto é que a crônica “Tea”, por exemplo, é do ano de 1999!
De fato, algumas poucas crônicas são interessantíssimas, como “Finais”, que fala sobre três finais alternativos para o relacionamento de um casal que se conheceu em um parto de emergência. Não que a premissa seja tão chamativa e a crônica seja tão inovadora, mas fui pego de surpresa ao lê-la e gostei bastante.
Tirando Finais, foram pouquíssimas as crônicas, ao meu ver, relevantes. A nota do livro, claro, não é tão boa assim para você que é fã de Luis Fernando ou gostou do livro. Já para os que pretendem lê-lo, digo para o fazerem – talvez vocês sejam cativados pelo humor e se divirtam, coisa que, infelizmente, não aconteceu comigo.
Fico feliz por não tê-lo comprado nas diversas vezes em que pretendi (li emprestado de minha escola), assim não terei o esforço de procurar um sebo interessado nesse livro não tão interessante.

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