"Apocalipse Z", de Manel Loureiro Doval



Hoje propus a mim mesmo um desafio: falar sobre algo de que gosto muito sem parecer um fã alienado. Venho adiando essa tarefa há dias, pois sempre soube que talvez tudo resultasse numa grande porcaria. Mas foi impossível resistir. Precisava falar dessa obra prima aqui e a chegada do Especial Mortos Vivos foi o pontapé de que eu precisava. E então, preparados? Sem mais delongas, conheçam Apocalipse Z!
Esse livro caiu de paraquedas na minha vida. Ganhei O Princípio do Fim (primeiro volume da trilogia) de presente e, como não tinha lido nada da chamada "literatura zumbi" até aquele momento, não sabia o que esperar. E acho que isso aumentou ainda mais o impacto que foi ler uma obra do gênero. WOW! Nunca tinha visto algo assim antes. Um livro que me envolvesse tanto numa história a ponto de me fazer pular, me encolher, chorar e me desesperar de emoção. Tudo isso deitado na cama enquanto lia. É.
Mas vamos analisar a obra de uma forma mais concreta, acho que já estou me descontrolando e... Enfim! Aqui embaixo tem a sinopse do primeiro livro, olha só:
"Em uma pequena cidade espanhola, um jovem advogado leva uma vida tranquila e rotineira. Um dia, porém, começa a ouvir notícias sobre um incidente médico ocorrido em um país remoto do Cáucaso. Apesar de aparentemente corriqueiras, as notícias chamam tanto sua atenção que ele resolve registrar suas impressões em um blog. Aos poucos, o que eram apenas acontecimentos incomuns ocorridos em um país distante começam a se espalhar por toda a Europa. Em menos tempo do que poderia supor, o terror se instala. Ruas, bairros e cidades inteiras são tomados por criaturas com um comportamento assustador. Sem nunca ter visto nada parecido e completamente vidrado pela notícia, ele mal se dá conta de que, enquanto acompanha o desenrolar dos fatos de sua casa, a cidade onde mora também está sendo invadida por aquelas bizarras criaturas. Isolado, apenas com seu gato Lúculo e um vizinho, só lhe resta criar uma estratégia de fuga até conseguir encontrar outros sobreviventes. Entretanto, ao conseguir refúgio, ele logo descobrirá que a guerra está apenas começando."
Ok, talvez não pareça grande coisa a princípio - apenas a história de um cara que descobre o apocalipse zumbi e tenta sobreviver -, mas pode apostar que o livro vai muito além do que promete. Talvez nem tanto pela originalidade: muita coisa do que você encontrará em O Princípio do Fim provavelmente já aconteceu em algum filme, série ou livro com esse tema. O grande diferencial aqui é a habilidade do autor em contar uma história. Habilidade esta, diga-se de passagem, quase inacreditável. Se você é daqueles que têm certa dificuldade em "sentir'" as cenas de ação enquanto lê, essa série pode resolver isso (experiência própria). Tiros, ferimentos, fugas, zumbis... tudo descrito com a precisão necessária. A criatividade e imaginação do autor para gerar situações de perigo também é digna de aplausos. 

Essa imagem é da HQ de O Princípio do Fim, que foi lançada na Europa pela Panini.
Cadê isso no Brasil, produção? CADÊ?
Isso sem falar nos personagens, um tanto originais e cativantes. No início a história se resume ao protagonista, um advogado espanhol qualquer, e seu gato, um dos animais mais marcantes que já conheci através de livros (algo como o Bichento, de Harry Potter, porém com uma personalidade mais dócil e muito mais valorizada dentro da história). Entretanto, com o decorrer da narrativa, aparecem mais sobreviventes - ainda mais peculiares do que os que acabei de citar.
Já deu pra perceber que a história é incrível? Se não, me adiciona no facebook que posso apresentar mais milhares de argumentos para convencer você (sério, gente, pode adicionar. Sou do bem). 
Ainda não terminei de ler a trilogia, mas posso dizer com certeza que, do primeiro para o segundo livro, a história se desenvolve a um nível muito alto. Não posso explicar o porquê disso, porque seria um spoiler gigante (dica: nunca leia as sinopses dessa série no Skoob, geralmente começam respondendo a questão principal do livro anterior). Me arrisco apenas a afirmar que Os Dias Escuros é um livro maior e mais ambicioso do que O Princípio do Fim. Entendam como quiserem...
Antes de fazer as considerações finais e finalizar o post, necessito fazer um momento fã frustrado aqui (AVISO: se você não gostar de reclamações, pule este parágrafo). Vocês sabem, desabafar sobre algo que me incomoda profundamente. No caso da série Apocalipse Z, as edições brasileiras. É claro que admiro muito a atitude da editora Planeta em  trazer uma série de um país diferente do habitual, escrita por um autor pouco conhecido em nossas terras tupiniquins. Mas sério que precisava fazer um trabalho tão superficial? O primeiro volume da série tem um design de capa realmente interessante. Por outro lado, o texto possui vários erros que incomodam bastante durante a leitura. A partir segundo, além dessa falha com a revisão, a editora decidiu que passaria a seguir o padrão de capas espanhol. Resultado? Três livros desajustados, que nem parecem da mesma série quando colocados juntos na estante.
Os três livros da série. Reparem como o primeiro difere dos outros dois. Podem me julgar dizendo que sou cheio de frescuras e tal, mas um trabalho bem feito é essencial para o sucesso de uma série, de uma empresa... de tudo.
Bom, o que importa mesmo é que o conteúdo é sensacional (tanto que está até sendo produzido como filme!). Vale realmente a pena comprar Apocalipse Z se você for um fã de zumbis, se não for (acabei virando um por causa desse livro!) ou se apenas estiver buscando uma leitura de qualidade, carregada de ação, desespero e vontade de sobreviver. 



Encontre (primeiro livro da série): Americanas | Livraria Cultura | Submarino

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