Interligados – Aden Stone e a batalha contra as sombras, de Gena Showalter


Gena Showalter
Editora: Universo dos Livros
ISBN: 9788579301414
Ano: 2010
Páginas: 448

Sinopse:
A maioria das pessoas de 16 anos de idade têm amigos. Aden Stone tem quatro almas humanas que vivem dentro dele. Um pode viajar no tempo. Um pode levantar os mortos. Um pode prever o futuro. E outro pode possuir outro humano. Todo mundo pensa que ele é louco, essa é arazão pela qual ele passou sua vida inteira entre instituições para doentes mentais e reformatório. Tudo isso está prestes a mudar. Durante meses Aden tem tido visões de uma menina bonita – uma moça que carrega segredos antigos. Uma menina que quer salvá-lo ou destruí-lo.


Hoje os convido a adentrar no universo sobrenatural e sombrio que é o mundo de Aden Stone – mais conhecido com Aden –, o garoto que vive com quatro almas presas em sua mente, almas essas que possuem poderes especiais: Eve pode voltar no tempo, Elijah prevê mortes, Caleb pode possuir corpos alheios e Julian pode acordar os mortos.

Como elas foram parar ali? Ninguém sabe. Se e/ou como vão sair? É o que Aden tenta descobrir.

Aden é um garoto de 16 anos, órfão, que foi jogado de um hospital psiquiátrico a outro, como esquizofrênico, por falar com “pessoas” que ninguém mais vê. Ele acabou de ser transferido para uma nova cidade, na qual Elijah previu sua morte e também seu encontro com uma bela menina de cabelos negros. O menino fica desesperado para conhecê-la, mesmo sabendo que, nessa nova cidade, encontrará um final definitivo para si próprio. E, na sua primeira saída à cidade, adivinhem o que acontece?

A lápide começou a se sacudir.
Julian suspirou, parecendo um eco do suspiro de Aden. Sei que já enfrentamos situações piores e sei também que  eu fui o responsável por elas.
Ótimo. Um festival de lamentos. Essa terceira voz, frustrada, era de uma mulher, que também habitava sua cabeça. Aden ficou surpreso que seu outro “hóspede” (como ele às vezes chamava as almas presas dentro de si) também não tenha começado a falar. O significado de “paz e tranquilidade” era algo que eles não compreendiam.  Ei, garotos, será que podemos deixar a festinha para depois e matar logo esses zumbis antes que eles surjam por todos os lados, ganhem força e sapateiem em nossos traseiros?
– Sim, Eve – concordaram Aden,  Julian e Elijah em uníssono.

Até que, de repente, os zumbis caem e as vozes em sua mente gritam e cessam. E então, ao longe, ele vê uma garota e se questiona se ela não seria a garota das visões de Elijah.

A garota observou o local.
Um segundo depois, seus olhares se encontraram. Ocorreu uma explosão de sons enquanto o mundo se reduziu, de forma repentina, àqueles olhares – e então, ao vazio. Nenhum movimento. Nenhuma batida dos corações, sequer o ruído dos pulmões se enchendo de ar. Não havia hoje, nem amanhã. Só havia aqui e agora.
Eles eram as duas únicas pessoas no planeta.
– Isso é paz – Aden pensou, em choque. A verdadeira paz. Calma e silêncio, sem nenhuma voz em sua cabeça pressionando-lhe ou lhe insultando, disputando sua atenção.

Essa garota é Mary Ann Gray, também de 16 anos, órfã de mãe, namorada de um jogador de futebol babaca e aluna nota 10 que faz de tudo para não desapontar o pai, que, afinal de contas, é tudo o que tem além de sua melhor amiga Penny Parks. Ela, por sua vez, tenta, a todo custo, fazer Mary Ann desistir do “Plano de 15 Anos”, que provavelmente não será cumprido por causa da chegada de Aden – a quem ela se sente estranhamente ligada – e de novos acontecimentos em sua vida pacata.

Aden “convence” Dan – dono do rancho onde ele mora e responsável por ele – a deixá-lo frequentar uma escola comum e, logo em seguida, fica doente por causa do veneno dos zumbis que o atacaram no cemitério. Durante esse período, tem alucinações com uma outra morena, dessa vez de olhos azuis.

Essa segunda morena é a irresistível princesa Victoria, uma vampira filha de Vlad, O Empalador, que vai à procura de Aden para questionar o porquê de ele ter atraído a nação vampira e outras criaturas sobrenaturais para perto de si. Ela o convida, em nome de seu pai – que parece querer “conhecê-lo melhor” –, para o baile de ressurreição do rei vampiro, no dia de Haloween.

Mary Ann, uma semana após conhecer Aden, vê, em seu gramado, um lobo negro que parece pronto para atacá-la... só que não. Ele simplesmente a  acompanha até a escola – ainda em forma de lobo – e, quando vai também buscá-la, começa a falar em sua mente. E essas caminhadas acabam tornando-se um hábito, fazendo com que ela e o Lobisomem – que é também guardião de Victoria – criem um tipo de amizade ou algo mais.

Para proteger Mary Ann e Aden, em nome de Vlad, Victoria e seu lobo guardião começam a estudar no mesmo colégio que os dois e, juntos, os quatro amigos tentam encontrar as respostas para a “atração” de Aden. Respostas essas que têm mais a ver com o passado de Marry Ann do que ela imagina e que resultarão na libertação de um dos espíritos presos em Aden.

Eu li esse livro há um ano e infelizmente tinha me esquecido do quão bom ele é! É um livro de tamanho médio, em terceira pessoa e repleto de informações, mas sem deixar o livro chato ou cansativo. É um romance nada comum, sem mocinhas, bad-boys nem triângulos amorosos. Cada protagonista tem defeitos, qualidades e marcas que, apesar da sobrenaturalidade do enredo, acabam tornando-os quase humanos. Cada questionamento – mesmo que pequeno – feito durante a trama ganha uma resposta bem construída ou pelo menos uma promessa de uma, já que é uma trilogia. Porém o maior diferencial dessa história foi a autora ter posto lobisomens e vampiros não como inimigos, mas sim como protetores e protegidos:

– Pensei que vampiros e lobisomens fossem inimigos. Quero dizer, Aden comentou que os vampiros lhe disseram para ficar longe de você.
– Ela é bastante diferente, essa vampira.
– Então vocês não são inimigos?
E por que subitamente ela queria que eles fossem inimigos? O que havia de errado com ela? Os dois estavam namorando? Ela rangeu os dentes.
– Não. Vlad, o primeiro dos imperadores, deu o mesmo sangue que ele bebeu, o sangue que o mudou, para seus queridos animais. Da mesma forma, eles começaram a mudar. Eles logo se tornaram capazes de tomar a forma humana, embora continuassem com seus instintos animais. Naqueles primeiros tempos, eles eram cruéis, ferozes e tentariam – e conseguiriam – comer todos que vissem pela frente. As pessoas que eram atacadas e que sobreviviam começaram a mudar também, embora mantivessem seus instintos humanos. Esse era o meu povo. Vlad os ajudou, cuidou deles. Como retribuição, meu povo prometeu proteger o povo de Vlad.

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2 comentários:

  1. Caramba, você não tem ideia de como eu tava a fim de ler esse livro (faz tempo), mas desanimei. Lendo essa resenha, eu meio que reascendi esse desejo rs

    Já curti só por ser escrito em terceira pessoa. Na minha opinião, é a melhor narrativa. E, caramba, quantas histórias se cruzando! Tudo bem que o lance de vampiros e lobisomens misturados, a coisa parece meio clichê, mas o lance das quatro outras personalidades na mente do garoto deu um ar bem original à história. Show de bola a resenha !
    Nos vemos por aí xD

    Abração

    Pedro Almada
    http://inspirados-oandarilhodotempo.blogspot.com.br/


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    1. E a Mary Ann também é muuuuuitoo interessante. Leia sim porque é maravilhoso! E pode ter certeza de que a mistura de vampiros e lobisomens dessa história sai totalmente do clichê. Fico feliz por você ter gostado da resenha e ela ter reavivado sua vontade de ler esse livro. =D
      E sim. Com certeza nos veremos por aí =D
      Beijos!

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