Cem Anos de Solidão, de Gabriel García Márquez

Gabriel García Márquez
I.S.B.N.: 9788501078896
Editora Record
Brochura
Português
448 páginas
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Sinopse:
Depois de uma jornada que levou mais de vinte famílias a fundar o vilarejo de Macondo, Cem anos de solidão começa mostrando o líder do movimento e grande patriarca dos Buendía, José Arcadio, numa visita a ciganos nômades instalados no local. Influenciado pelo líder, Melquíades, e pelas fascinantes inovações que lhe são apresentadas, José Arcadio começa uma incessante e desenfreada busca pelo conhecimento, tendo como um dos objetivos encontrar a mítica Pedra Filosofal. Então, sem comer, sem dormir e sem viver, ele mergulha num sonho insone, deixando para Úrsula Iguarán, sua sábia e forte esposa, a responsabilidade de cuidar da casa, dos três filhos – José Arcadio, Amaranta e Aureliano, posteriormente responsáveis por estender a árvore genealógica da família – e de seu espólio.

O mundo ganha o apreço dos Buendía em detrimento do vilarejo de Macondo. Entre revoluções liberalistas e anarco-sindicalistas, o livro se revolta entre confusões do que é realidade, sonho, fé, vida, morte ou qualquer outra ideia intangível. A solidão inerente à condição humana se exemplifica em cada um de seus personagens, em momentos diferentes de suas vidas. Presos pelos nomes que carregam desde o nascimento, os Buendía sofrem de loucura e lucidez invejáveis. Fogem de uma em direção à outra a todo momento. Até que, no final, cem anos se passam. Condenados a nunca poderem ter uma chance de consertar suas vidas.

Impulsionado pelo falecimento do escritor colombiano, me perdi em dois dias de leitura, perdendo meu feriado de páscoa e abandonando qualquer coisa que chamei de vida até então. Enveredei-me pelas linhas como quem sobe numa árvore, dos mais baixos galhos ao céu. Numa escrita singular, Gabo (como era chamado pelos amigos) monta uma história sem começo ou fim. Ele relata uma fração do que acontece com as personagens, à sua própria maneira, como um cronista que relata suas aventuras.

Algo marcante é a relação dos nomes com os personagens. Cada um deles era preso ao que era sem nunca perceber isso. O narrador, consciente do passado, presente e futuro, apresenta, numa riqueza de adjetivos infinita, um leque de tantos sentimentos quanto é possível, mas sempre destinados ao irremediável. As dores e alegrias dos nascimentos, dos amadurecimentos – sejam como forem –, das paixões irremediáveis, dos casamentos turbulentos e das mortes passearam pelas vidas dos personagens, das mulheres promíscuas às mães de família.

Me senti vazio, sem coração, triste e feliz, tudo ao mesmo tempo, numa espiral de cores senis. A idade pesou em mim como em cada personagem. Eu vi seus corações e seus maiores medos. E senti a vida se esvair dos meus dedos a cada folha. No final, não sei o que senti. Senti-me bem, livre. Toda a solidão parecia como um sonho distante. É esse o poder de Gabriel García Márquez. É esse o tipo de feitiço que rendeu ao livro o prêmio Nobel de literatura em 1982.



2 comentários:

  1. Minha amiga me intimou a ler esse livro. Confesso que pela primeira vez tive vontade, rs. Bj

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  2. Esse livro é lindo lindo lindo!
    Uma das minhas melhores leituras até hoje!
    Até mais! http://resenhasdalu.blogspot.com.br/

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