Sob a Redoma, de Stephen King


É difícil, e até chato para o leitor, quando paramos um pouco para falar de nosso autor favorito, porque é inevitável bajular um pouco, elogiar bastante, fanboyar demais. Quando somos suspeitos para falar sobre a obra de um autor, é um pouco difícil ser imparcial. Mas eu prometo que evitarei fanboyices generalizadas ao falar do meu escritor favorito, o melhor escritor do mundo, Stephen King.
Todo mundo que gosta de ler já ouviu ou leu esse nome alguma vez na vida. Seja em referências em livros, conversando com outros leitores, em blogs e vlogs literários, nas livrarias, no cinema. Se você prestar atenção, tem referências a Stephen King em todo lugar, nas mais variadas mídias. Isso é um assunto legal pra um post, vou até anotar.

Quem será o tiozinho simpático da foto?

          Stephen King escreve predominantemente suspense e terror. É mestre no que faz. Já escreveu mais de 70 livros e mais de 200 contos, além de em sua obra já terem sido baseados inúmeros filmes. Também escreveu episódios para seriados, roteiros cinematográficos, roteiros para quadrinhos, até mesmo um clipe do Michael Jackson. King passeia entre mídias e, em cada uma delas, sua assinatura é notável.
Tem uma prosa simples, mas culta, carregada de uma veracidade dramática considerável. Dizem alguns, é influenciado por Poe e Lovecraft (dois fracos no terror, não?), cria situações e momentos aterrorizantes como ninguém. Eu, depois de terminar de ler o primeiro livro de King que consegui, já o tinha como escritor favorito e nenhum escritor – Neil Gaiman chega perto – jamais ameaçou sua majestade até o momento.
Todos os livros dele que li tenho como favoritos. Não tem como ler um livro dele inteiro e dizer que não é bom. É fantástico. Sabe aquele frio na barriga de pagar uma nota por um livro, com medo de ler e não gostar? Isso não existe com livros do Stephen King.
E isso não sou eu puxando o saco.  Se quiser, procure por aí por alguém que tenha lido um livro de King e seja capaz de falar mal (com razão) dele. Não existe.
Visto tudo isso, visto que King é o rei, como diz seu sobrenome, você aí, fiel leitor, já deve ter lido resenhas ou algo a respeito de seus livros por aí. Portanto, evitarei falar do mais cultuado e famoso de todos, O Iluminado, e vou falar um pouco sobre o livro mais recente de King no Brasil, que é Sob a Redoma.

A capa original do livro (clique para ampliar)

Sob a Redoma é um grande – 954 páginas – thriller, o primeiro livro de proporções épicas – falando da história, não usando “épico” como a palavra da moda – do autor desde A Torre Negra e A Dança da Morte. A história começa quando, em um dia ensolarado e aparentemente comum, a pequena cidade de Chester’s Mill, no Maine, é totalmente isolada do resto do mundo por um campo de força invisível, a Redoma. Aviões batem e explodem no ar se tentam atravessar o espaço aéreo sobre a cidade, carros se esmagam contra a parede invisível se tentam sair e todos os moradores que estavam em cidades vizinhas ficam inteiramente isolados de suas famílias que estão do lado de dentro da Redoma.
As cidades pequenas do Maine não são administradas por um prefeito, mas por uma Câmara de Vereadores de três ou cinco representantes. Em Chester’s Mill, eram três, sendo Andy Sanders, o primeiro vereador, o de maior poder. Jim Rennie é o segundo vereador e Andrea Grinnel é a terceira vereadora.
Quando a Redoma “baixou” sobre a cidade, tudo foi ficando ligeira e lentamente caótico. No Dia da Redoma – como foi chamado o dia em que apareceu o campo de força –, houve diversos acidentes até que as pessoas soubessem da existência da barreira, parando de dirigir na direção dela, e o espaço aéreo sobre Chester’s Mill fosse fechado. A Redoma não deixa passar nada além de uma quantidade ínfima de ar – quando o vento sopra contra ela – e água – quando está no curso de um rio, por exemplo –, e, a longo prazo, os moradores estariam com sérios problemas com relação à emissão de gases poluentes de seus carros, já que tudo fica retido lá dentro.
O governo começa a investigar o caso. Dale Barbara – sim, o sobrenome do cara é um nome feminino – é o nosso protagonista. Barbara – ou Barbie, como é chamado durante o livro – é veterano da guerra do Iraque e estava saindo da cidade no Dia da Redoma, mas acabou preso lá dentro com todos os outros. Barbie tinha um emprego de chapeiro num dos restaurantes de beira de estrada de Chester’s Mill, o Rosa Mosqueta, e retoma seu emprego quado a Redoma o prende lá.
Começa então uma sequência eletrizante de eventos na história. Segredos vêm à tona, violência, caos, tudo enquanto o mundo vira os olhos para Chester’s Mill através das lentes dos repórteres pacientes na fronteira da Redoma, tentando imaginar o que se passa lá dentro. Barbie se junta a alguns moradores, tentando manter a ordem na cidade, mas Big Jim Rennie usa de sua influência na Câmara contra Barbie. Rennie é um antagonista ardiloso, muito inteligente e detestável. Ele e seu estúpido e sádico filho me causaram acessos de palavrões e raiva durante a leitura.
Embora seja um livro enorme e pesado, não dá nem para ver as quase mil páginas e os mais de 200 personagens tão comentados passando. Sob a Redoma é um dos melhores livros de King que já li e, como qualquer livro dele, um dos meus favoritos na vida toda. A capa linda diva foda é uma das mais bonitas do autor (não que as capas importem) e a nacional é, Graças aos Deuses, a mesma da edição original americana, que foi curiosamente criada por um estúdio brasileiro de design.
Sob a Redoma está ganhando sua adaptação para a tevê com uma minissérie, desenvolvida pela CBS, que deve estrear ainda este ano.


Nota d’A Editora: Só queria dizer que acho ofensivo dizer que Edgar Allan Poe é fraco, bem como sugerir que capas não são importantes. Sinto-me pessoalmente insultada (me imaginem unindo as pontas dos dedos indicadores, estendendo as mãos para o Nic e dizendo “corta aqui”). 
Nota d'O Autor: Era sarcasmo quando falei que Poe e Lovecraft são fracos. Gosto muito dos dois.
(Outra) Nota d'A Editora: Peço perdão pela minha ignorância de pessoa que enfrentou um dia cheio ontem e estava tão exausta quando foi editar o texto d'O Autor em questão (coisa que faço de graça, por sinal), que não teve a simples capacidade de detectar a ausência de função denotativa na observação a respeito dos senhores Poe e Lovecraft. Continuo julgando livros por suas capas e esperando alguém "cortar aqui". Chateada.


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2 comentários:

  1. Acompanho a série e um dos motivos para eu querer ler o livro é saber o final original, já que o seriado não tem previsão para acabar. Só estou adiando a leitura porque minha lista de não lidos é enorme e prefiro ir dando prioridade aos mais finos. Abraços.

    http://porquelivronuncaenguica.blogspot.com.br/

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    1. Hahahahaha tenta pegar esse livro numa semana de férias ou num feriadão, dá pra engatar a leitura e ler bem rápido, a despeito do tamanho todo

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