Vermelho Como o Sangue, de Salla Simukka



Salla Simukka
Editora Novo Conceito
ISBN 9788581635798
1ª edição - 2014
240 páginas

Sinopse:
No congelante inverno do Ártico, Lumikki Andersson encontra uma incrível quantidade de notas manchadas de vermelho, ainda úmidas, penduradas para secar no laboratório de fotografia da escola. Cédulas respingadas de sangue.
Aos 17 anos, Lumikki vive sozinha, longe de seus pais e do passado que deixou para trás. Em uma conceituada escola de arte, ela se concentra nos estudos, alheia aos flashes, à fofoca e às festinhas dominadas pelos garotos e garotas perfeitos.
Depois que se envolve sem querer no caso das cédulas sujas de sangue, Lumikki é arrastada por um turbilhão de eventos. Eventos que se mostram cada vez mais ameaçadores quando as provas apontam para policiais corruptos e para um traficante perigoso, conhecido pela brutalidade com que conduz os seus negócios.
Lumikki perde o controle sobre o mundo em que vive e descobre que esteve cega diante das forças que a puxavam para o fundo. Ela descobre também que o tempo está se esgotando. Quando o sangue mancha a neve, talvez seja tarde demais para salvar seus amigos. Ou a si mesma.

Vermelho Como o Sangue é uma das novas apostas da Novo Conceito, direto das terras geladas da Finlândia, que aborda mistério, suspense, drama e muita, muita confusão.

O primeiro livro da trilogia – sim, meus caros leitores, mais uma trilogia saindo do forno, mas a gente dá conta, não é? – da Branca de Neve narra a história, presente e passado, de Lumikki, uma moradora das terras geladas do hemisfério norte – Finlândia, olá! – e uma ótima pessoa pra se meter em confusão.

Lumikki é a estudante isolada do colégio. Usa um bom tempo de recreação para ficar sozinha nos cantos inabitados da escola, como o laboratório de fotografia. Acontece que, em um belo dia, Lumikki encontra, nesse laboratório, um montão de dinheiro lavado. Lavagem de dinheiro, risos eternos. E não, não estou falando de lavagem figurada de dinheiro. Eram, literalmente, trinta mil euros sendo lavados. Ok, movin on.

Lumikki, depois da aula, retorna ao laboratório para tentar estudar melhor as notas, mas não as encontra mais lá, e, claro, põe-se disposta a bancar a detetive e procurar quem era o possuidor da grana. Achando, afinal, quem eram os caras, Lumikki se mete na maior roubada de sua vida. Correndo contra o tempo e de perseguidores, eis a questão: A QUEM DIABOS PERTENCE O DINHEIRO?

É a partir daí que nós vamos conhecer a corrupção, o tráfico, o crime, as suspeitas, as perseguições, as investigações e as descobertas de nossa grandessíssima “detetive”, que a todo momento é associada à clássica Branca de Neve. Não que o plot se assemelhe, mas sim a aparência (e figurino) de Lumikki – especialmente em algumas partes do enredo.

Depois de tudo isso dito apenas a respeito da história, vamos às ponderações. Primeiramente, Vermelho Como o Sangue é um livro que vale a pena. Vale a pena desfrutar de toda a investigação, vale a pena dedicar algumas horas a sua leitura e vale a pena conhecer Lumikki, Elisa, Tuukka e Kasper.

O romance em si não é feito para deixar muito para o final (o que é simplesmente ótimo). As descobertas não são adiadas e a construção de todo o mistério – e sua resolução – é progressiva. Alternados a elas estão flashbacks do passado de Lumikki e outros personagens, e, por mais que alguns não sejam, de certa forma, relevantes para o plot, eles completaram a obra como um todo e criaram um “fundo” mais consistente para a história.

A Novo Conceito já confirma, na contracapa do livro, o lançamento de Branco Como a Neve e Preto Como o Ébano, respectivamente os segundo e terceiro livros da trilogia. Eu, sinceramente, não tenho ideia de como Salla continuará a série, até porque o primeiro livro tem um final sem grandes ganchos. De qualquer forma, aqui estarei eu esperando pela continuação, para reencontrar a Branca em mais algumas aventuras.

Vale dizer que a revisão da tiragem está ótima. Não consegui observar muita coisa, e achei que a tradução foi, no final, bem dinâmica. Nada de vocabulário denso demais, uma tradução limpa, muito funcional. A edição fisicamente não tem muitas peculiaridades, é bem no padrão Novo Conceito.

Ah, é bom dizer que o livro é relativamente curto. São pouco mais de duzentas páginas, então a leitura, prometo, pode ficar bastante dinâmica na maior parte do livro. Aqui fica registrada a dica de um romance investigativo excelente, mas com certas restrições: há, em várias partes, cenas explícitas de crimes, então um público mais novo não seria tão adequado à história. ;)

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